sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Síndrome do Pânico

Síndrome do Pânico:
Autora: Luciana Brites- FRASCE, 2008.
1. INTRODUÇÃO

Baseado na teoria oriental da dualidade dos princípios yin e yang, a acupuntura verifica que todos os processos humanos e cósmicos se relacionam e se comportam influenciados por estes princípios. Devido ao avanço da tecnologia, a ampliação dos meios de comunicação e a correria diária, o ser humano tem se distanciado da percepção do funcionamento de seu próprio corpo e apresentado distúrbios físicos, emocionais e psicológicos, geralmente relacionados a uma péssima qualidade de vida, que inclui a alimentação, sono, os conflitos nas relações humanas e o estresse geral diário. Nas últimas décadas, têm surgido muitas pesquisas e muitas informações a respeito da Síndrome do Pânico, isto se justifica porque sempre que um quadro gerador de sofrimento ganha uma classificação das organizações de saúde e quando é identificado a partir do diagnóstico de um profissional de saúde habilitado, ele tende a ser respeitado por seu status de “doença”, levando as pessoas a abandonarem seus preconceitos em relação ao distúrbio. Esse é o caso do transtorno do pânico, que antigamente costumava ser atribuído a uma fraqueza do individuo que era por ele acometido. Hoje, como ocorre com a depressão, o TOC (transtorno obsessivo - compulsivo) e tantos outros distúrbios, sabe-se que se trata de um quadro que vem sendo objeto de estudos, que requer cuidados profissionais e para o qual existem procedimentos terapêuticos disponíveis.
2-Definição e Fisiopatologia
A Síndrome do pânico conforme cita GIL (2008), é um distúrbio psicológico que provoca, na pessoa que é por ele acometida, episódios repentinos e recorrentes de forte ansiedade e medo, acompanhado de uma série de reações físicas e emocionais como pavor, nítida sensação de que vai morrer, enlouquecer, perder o controle, ou seja, se manifesta através de crises de medo e terror absurdos, onde qualquer pequeno gesto pode se transformar em uma grande ameaça que paralisa o individuo, impedindo-o de levar sua vida adiante com qualidade e muitas vezes levando a um quadro de depressão grave. Geralmente, segundo ele, são sensações muito intensas e desagradáveis, que desaparecem espontaneamente após alguns minutos. O nome atualmente utilizado pelos profissionais de saúde para esse quadro é Transtorno do Pânico, embora ele seja mais popularmente conhecido como Síndrome do Pânico. Embora a classificação diagnóstica oficial tenha ocorrido recentemente, em torno dos anos 80, os sintomas são conhecidos há muito tempo, havendo relatos de sintomas que remontam à antiguidade. A Síndrome do Pânico pode ser considerada, conforme relata GIL (2008), um “mal” do nosso tempo devido a fatores como estresse, medo, violência, falta de segurança. Dada à alta incidência desses fatores, vários estudiosos tendem a afirmar que sim. No entanto, continua ele, apenas o diagnóstico da doença é novo. Assim, afirma GIL (2008), é possível que o mesmo transtorno ocorresse desde há muito, sem que os vários critérios fossem considerados conjuntamente e, por essa razão, não caracterizando o transtorno do modo como é feito hoje. A diferença na prevalência entre homens e mulheres não é muito significativa, segundo ele afirma, e, embora a maioria dos estudos tenha encontrado uma maior ocorrência entre as mulheres, tende a ser predominante entre jovens e adultos, principalmente na faixa dos 20 aos 50 anos de idade.
De acordo com MANN (1982), um grande número de desequilíbrios mentais e emocionais são considerados sinônimos de doenças fisiológicas: a moléstia primária (conhecida pelos chineses como “A raiz da arvore”) é a base, enquanto os sintomas de uma doença (os “ramos da arvore”) são considerados secundários. Freqüentemente, segundo o mesmo autor, é irrelevante se a expressão da moléstia se dá de forma física ou mental. Algumas pessoas que apresentam distúrbio relacionado ao “medo” são portadoras de uma hipoatividade dos Rins (geralmente após um surto de medo, as pessoas costumam urinar, no caso de crianças isso ocorre durante o sono ou ao deitar). Segundo MANN (1982), o sistema de "alerta" normal do organismo - o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça - tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo iminente. Algumas pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. Constatou-se que a S.P. ocorre com maior frequência em algumas famílias, e isto pode significar que há uma participação importante de um fator hereditário (genético) na determinação de quem desenvolverá o transtorno. Entretanto, muitas pessoas que desenvolvem este transtorno, não têm nenhum antecedente familiar.
De acordo com que cita GIL (2008), o cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex: andar, pensar, memorizar). Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas totalmente inapropriadas. No caso da Síndrome do Pânico os neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio são: a serotonina e a GABA (que serão abordados mais adiante). Segundo GIL (2008), a S.P. pode ser confundida com a Fobia. Neste caso, de acordo com o mesmo autor, o medo está associado a uma situação ou objeto específico, como medo de serpentes ou medo de altura, por exemplo, e o desconforto é disparado quando a pessoa sente que vai entrar em contato com esse objeto específico. O episódio de pânico ocorre repentinamente, sem nenhuma causa ou gatilho aparente, podendo ocorrer mesmo quando a pessoa está dormindo. É altamente provável que o transtorno do pânico, se não tratado adequadamente, acabe produzindo também fobias específicas, particularmente a agorafobia. O paciente deverá buscar ajuda profissional, conforme declara GIL (2008), uma vez que os sintomas são terrivelmente angustiantes e desconhecidos. Ele continua afirmando que algumas pessoas tendem a procurar o cardiologista, pensando que estão sofrendo do coração, no entanto, o psicólogo e o psiquiatra são os profissionais mais habilitados a diagnosticarem esse quadro. Declara que após ouvirem o relato do paciente e investigar sua queixa, irão valer-se dos critérios diagnósticos de manuais de saúde mental (atualmente, utilizam-se o DSM-IV ou o CID-10) para fechar o diagnóstico. Em nenhum momento da história da humanidade a busca pela integração corpo e mente se fez tão presente, como atesta, em escala mundial, a avalanche de literatura sobre alternativas terapêuticas, buscando proporcionar melhor qualidade de vida.
A Síndrome do Pânico é uma doença caracterizada pelo distúrbio dos neurotransmissores: serotonina e Melatonina, possuindo como aspecto essencial, os ataques de ansiedade e nervosismo. O seu estudo, dentro de uma perspectiva moderna, realizada pela psicossomática, foi iniciado por PREGNOLATO (apud FREUD, 1895), a partir de seus estudos sobre a “histeria de conversão". No acontecimento histérico, segundo o mesmoo autor, o corpo relata, fala, descarrega e protesta através do seu próprio adoecimento.
“É sempre, uma forma de o organismo expressar conflitos profundos, como os distúrbios digestivos, por exemplo, que são, muitas vezes, expressão de conflitos entre o reter e o expelir, entre o desejo e a necessidade”.
(PREGNOLATO apud FREUD, 1895).

FREUD (2004) descreveu a Síndrome do Pânico como “Neurose de Angústia”, e em 1894, segundo ele, esta síndrome apresenta traços de muita tensão e atividade mental associado aos sintomas somáticos como: tremores, taquicardia, hiper-ventilação e vertigens. A angústia é uma forma de esperar o perigo ou preparar-se para ele, ainda que possa ser desconhecido.
3- Papel dos neurotransmissores na S.P.
Conforme CAMPOS (2004) a serotonina 5-HT é uma substância importantíssima no estudo neuroquímico da ansiedade. Tanto o bloqueio de seus receptores - como foi dito anteriormente - quanto o bloqueio da sua síntese, produzem efeitos ansiolíticos. Comprovou-se, também, que a 5-HT exerce um duplo papel na regulação da ansiedade. Ela exerce um papel ansiogênico na amigdala e ansiolítico na matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD). A amígdala parece ter a função de avaliar o grau de ameaça para, em seguida, instruir estruturas executivas quanto ao tipo de reação de defesa a ser programado. A MCPD deve ser acionada somente em casos de perigo iminente. Assim sendo, faz sentido que os sistemas neuronais serotoninérgicos inibam a MCPD, enquanto facilitam o processamento de informações relativas à defesa na amídala. Deste ponto de vista o duplo papel da 5-HT pode ser considerado como tendo um valor adaptativo. O efeito ansiolítico da ritanserina pode ser explicado pelo bloqueio dos receptores de 5-HT na amídala. Do mesmo modo o efeito dos agentes antidepressivos, assim como dos ansiolíticos tipo bupirona (que aliviam a ansiedade generalizada após o uso prolongado), se dá pela diminuição do número e/ou sensibilidade dos receptores 5-HT. O efeito ansiolítico comum a todos esses agentes seria, sobretudo, devido à redução da eficácia da via serotoninérgica que vai do núcleo dorsal da rafe até a amídala. As reações de pânico se dão ao nível da MCPD, onde a 5-HT parece exercer um papel inibitório sobre os neurônios que comandam a reação de defesa. Assim sendo, a ritanserina não exerce efeito anti-pânico, pois seu efeito se dá ao nível da amídala. Há fortes indícios da participação da 5-HT no mecanismo de ação dos diversos medicamentos antidepressivos e ansiolíticos e, ainda, na patogênese de certos distúrbios de ansiedade e depressão. Supõe-se que as diferentes vias serotoninérgicas e seus vários subtipos de receptores participem de forma seletiva em cada modalidade de distúrbio emocional e na sua resposta farmacológica, o que explica, de certa forma, as peculiaridades das respostas terapêuticas encontradas na clínica.
Outro neurotransmissor importantíssimo envolvido com os processos de ansiedade, segundo CAMPOS (2004), é o GABA (ácido gama-aminobutírico), o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas. A relação entre o GABA e a ansiedade evidencia-se no fato de que todos os ansiolíticos conhecidos, afora o meprobamato, facilitam sua ação. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações provocadas em diversas estruturas do sistema límbico, inclusive a amídala e o hipocampo. Ao se combinar com o receptor, o neurotransmissor GABA altera-lhe a conformação e essa deformação transmite-se ao canal de Cl (Cloro), abrindo-o. Em conseqüência, íons Cl penetram na célula, onde sua concentração é menor que no exterior. Com isso ocorre uma hiperpolarização da membrana pós-sináptica que inibe os disparos do neurônio pós-sináptico por dificultar a despolarização de sua membrana, necessária à geração de impulso nervoso. Ao se combinarem com seus receptores, os benzodiazepínicos produzem uma deformação que afeta o receptor de GABA, tornando-o mais apto a receber esse neurotransmissor. Em decorrência de sua maior afinidade com seu receptor, o GABA tem sua ação ampliada, passando a ativar com mais facilidade o canal de Cl. Já os barbitúricos, intensificam a ação do GABA ao facilitar a abertura do canal de Cl. O álcool etílico parece fazer o mesmo, mas através de uma fluidificação da membrana celular. Outras drogas atuam na unidade supramolecular que contém o receptor de GABA em sentido oposto ao dos ansiolíticos As beta-carbolinas, por exemplo, combinam-se com o receptor benzodiazepínico de modo a provocar no receptor de GABA uma deformação que reduz sua afinidade com o neurotransmissor. Também o pentalenotetrazol ou cardiazol atua sobre o canal de Cl-, dificultando sua abertura. De que forma a ação do GABA afeta o funcionamento de determinados grupos neuronais do sistema límbico, produzindo a ação ansiolítica, ainda não possui uma resposta precisa. No entanto, poderíamos dizer que a ação tranqüilizante dos ansiolíticos parece consistir em reduzir o funcionamento de grupos neuronais do sistema límbico responsáveis pela integração de reações de defesa contra ameaças de dano ou perda, ou, ainda, evocadas por situações novas.
Segundo CAMPOS (2004) na amídala cerebral, no sistema septo hipocampal, há uma verificação das informações colhidas pelo sistema visual, tátil, e auditivo. Forma-se uma "telinha" com a representação do mundo exterior. As imagens são comparadas com as memórias arquivadas na mente. Se houver semelhanças com perigos já enfrentados, o pânico é desencadeado. Quando a situação fica entre o esperado e o acontecido, há um controle. Em caso contrário, desencadeia-se um quadro de ansiedade.
Por um sistema de códigos processados no SNC, passa a existir para o indivíduo a ameaça, a luta ou a fuga. Isto vem com as emoções: raiva ou pânico. "Se ele lutar, é a raiva. Se fugir é pânico". O pânico está ligado a uma hipersensibilidade dos receptores HT2 pós-sinápticos. Eles recebem substâncias que podem estar alteradas, configurando o quadro. (FONAI apud CAMPOS, 2004).

Segundo o pesquisador John Dickens (apud CAMPOS, 2004), o pânico seria uma desproporção dos receptores 5HT1 e 5HT2 na região chamada substância cinzenta perequidutal. E ansiedade seria uma desproporção desses receptores na amídala. O tratamento do pânico eleva os níveis de 5HT1. O antidepressivo, inicialmente, aumenta o 5HT2. Por isso, o indivíduo pode tentar o suicídio. Já a acupuntura, libera a serotonina na substância cinzenta perequidutal, inibindo o pânico e levando à terapia adequada.
Segundo REITER (2005) a melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é um hormônio produzido, por diversos animais e plantas. Em animais superiores, é o produto de secreção da glândula pineal. A melatonina não é armazenada no interior do pinealócito e é imediatamente liberada dentro dos capilares sangüíneos que irrigam a glândula pineal após a sua formação. Assim, a secreção de melatonina depende de sua síntese, que é catalizada por quatro enzimas distintas: triptofano hidroxilase (TPH), descarboxilase de L-aminoácidos aromáticos, N-acetiltransferase (NAT) e hidroxi-indol-O-metiltransferase (HIOMT).
A glândula pineal participa na organização temporal dos ritmos biológicos, e inclusive mediando o ciclo circadiano e os processos regulatórios fisiológicos, incluindo a regulação endócrina da reprodução, a regulação dos ciclos de atividade-repouso e sono/vigília assim como a regulação do sistema imunológico, entre outros.
A melatonina já foi empregada com sucesso na supressão de quadros de falta de sincronicidade circadiana (síndrome do fuso – horário e inversão da noite pelo dia) e mostrou-se benéfica como coadjuvante no tratamento da depressão, ansiedade, hiperatividade, confusão mental e fadiga-
4- Semiologia (Sinais e Sintomas).
A Associação Nacional da Síndrome do Pânico cita como principais sintomas da doença os seguintes estados: falta de ar, vertigem, palpitações (taquicardia), tremor nos braços e/ou nas pernas, sudorese, sufocamento, náusea ou desconforto abdominal, despersonalização, anestesia ou formigamento, ondas de calor ou calafrios, dor ou desconforto no peito, medo de morrer e medo de enlouquecer. A Associação afirma que a ocorrência simultânea de quatro sintomas, dentre os acima descriminados, são suficientes para demonstrar a existência da doença. Ressalta ainda, que há ataques de pânico recorrentes várias vezes por semana ou até diariamente e que estes ataques podem ou não ser acompanhados de agorafobia. Agorafobia é o medo de estar em lugares ou situações nas quais seja difícil sair, ou não haja ajuda disponível na hipótese da ocorrência de um ataque de pânico. Dentre as situações mais frequentes de agorafobia, pode-se mencionar aquelas em que o indivíduo está sozinho e fora de casa, ou ainda, numa multidão, em uma fila, em uma ponte, numa viagem de ônibus, trem ou automóvel, etc. Médicos desta associação afirmam que no momento da crise, os pacientes tomam tranquilizantes e, posteriormente há uma melhora da crise. A crise desaparece por volta de 05 a 30 minutos, com ou sem os medicamentos. O tranquilizante, tomado por via oral ou intramuscular leva de 40 a 60 minutos para surtir efeito, donde se conclui que, o efeito do medicamento se dá no momento em que a crise já cessou. O tranquilizante ajuda na fase pós crise, relaxando o paciente justamente no período de mais necessidade, já que ele fica ansioso, cansado e com medo de que a crise volte. O controle das crises pode ser obtido mais ou menos dentro de 02 a 04 semanas com uso de medicamentos somente após o bloqueio das crises. Deve se estimular o paciente a enfrentar de forma progressiva as situações temidas.
A Associação Nacional da Síndrome do Pânico descreve alguns traços da personalidade de quem sofre da S.P (Síndrome do Pânico). Cita quesão pessoas com tendência ao perfeccionismo tendo uma autocrítica muito grande e não se permitindo falhar em nenhum aspecto. Há uma cobrança extrema quanto à execução de atividades corretamente e de certa forma esperando a mesma atitude alheia. Apresentam-se como workalcoolics com dificuldades para relaxar e centralizadores. Profissionalmente, possuem ótima capacidade intelectual, mas denotam dificuldade nos relacionamentos afetivos. FREUD (2004) descreveu a Síndrome do Pânico como “Neurose de Angústia”, em 1894, segundo ele esta síndrome apresenta traços de muita tensão e atividade mental associado aos sintomas somáticos como: tremores, taquicardia, hiper-ventilação e vertigens. A angústia é uma forma de esperar o perigo ou preparar-se para ele, ainda que possa ser desconhecido. O indivíduo quando sente que está sofrendo e/ou percebe que sua vida está sendo afetada negativamente pelo transtorno do pânico: começa a esquivar-se de atividades que antes exercia, a isolar-se socialmente, a deprimir-se ou sentir-se fragilizado, muito inseguro, amedrontado, etc. As principais limitações que o individuo pode sofrer é um prejuízo enorme e muito sério que afeta a autoconfiança do paciente. Sem autoconfiança, ele pode deixar de sentir-se capaz para qualquer tipo de atividade ou relacionamento, desde deixar de acreditar que é capaz de realizar um trabalho, como deixar de acreditar que pode ser amado. Ele poderá isolar-se totalmente, entrar em grave depressão e alimentar idéias delirantes, suicidas e desenvolver outras doenças, dentre outras possibilidades graves.
5- Etiologias
Quanto à etiologia, não há, ainda, um consenso a esse respeito. A maioria dos estudos, realizados até agora, apontam para uma origem de natureza multifatorial, envolvendo comportamentos aprendidos e, principalmente, questões de ordem emocional ou episódios traumáticos. Pesquisas vêm sendo realizadas para averiguar se alguma predisposição genética seja fator responsável pelo desenvolvimento do quadro, mas os resultados ainda não são conclusivos. O diagnóstico é fechado quando alguns dos sintomas clássicos da doença começam a ocorrer com alguma regularidade, ou quando a pessoa, após um primeiro episódio de pânico, adquire medo de uma nova ocorrência e evite situações que antes eram comuns, passando a ter prejuízos no seu dia-a-dia em função desse medo. Quando ocorre um ataque isolado, que não volta a se repetir ou ocorre só após um espaço muito longo de tempo (sem prejuízo na vida da pessoa) não é considerado como transtorno do pânico.
Não se falam em etiologias próprias e sim de fatores predisponentes, como distúrbio de ansiedade de separação na infância e a perda súbita de suportes sociais ou interrupção de relacionamentos interpessoais importantes.
6-Diagnóstico Diferencial:
Segundo a Associação Nacional da Síndrome do Pânico, uma outra razão importante para procurar um médico que conheça o problema é que ele poderá orientar quanto à investigação do seu problema procurando descartar outras condições clínicas que possam causar sintomas parecidos com um ataque de pânico.
Entre as várias patologias que devem ser descartadas pode-se citar:
· Doenças Endócrinas (hipertireoidismo, feocromocitoma, etc.);
· Doenças Cardiovasculares (Infarto do miocárdio, arritmias);
· Doenças respiratórias (asma brônquica, hipoxia, etc.);
· Doenças neurológicas (tumores cerebrais, epilepsia, cefaléias);
· Disfunções metabólicas (acidose, desidratação, etc.);
· Intoxicação por drogas: cocaína, anfetamina, cafeína, álcool.
Muitas vezes não há necessidade de se realizar dezenas de exames laboratoriais bastando um bom histórico clínico para que o médico possa descartar certas doenças.
Deve-se relembrar que há uma diferença entre Fobia e S.P. (Síndrome do Pânico): A Fobia é um medo exagerado e desproporcional ao estímulo, não conseguindo avaliar a realidade da situação. Surgem pensamentos catastróficos e a pessoa sabe que o medo é exagerado, mas não consegue evitar a ansiedade, sendo que quando elimina o estímulo aterrorizante desaparecem os sintomas. Já na a S.P. (Síndrome do Pânico) não existe estímulo externo, sendo que surgem ataques de pânico independente do lugar e da hora. É visto como um distúrbio de ansiedade, no qual fundamenta-se em base orgânica e psicológica.
7-Tratamentos:

A doença não é um acontecimento que atinge um indivíduo, o qual passa, então, a estar a ela submetido. O organismo doente está envolvido no aparecimento, no desenvolvimento e na cura de sua doença. O ser humano pode se instalar na doença e pode obter com ela benefícios, mas pode, principalmente, pela doença, exprimir tendências profundas. Existe, então, um fenômeno psique-soma no processo de adoecimento físico do ser humano. A doença, não é algo que vem de fora ou já está lá antecipada, é, sim, um modo peculiar de a pessoa se comunicar em circunstâncias adversas. É, pois, em suas várias formas, um modo de ser no mundo, um modo de se relacionar com as pessoas em volta.
O conhecimento atual sobre o sistema imunológico, visto como um sistema intermediário entre o indivíduo, seus outros sistemas e o meio exterior e, também, como mantenedor da integridade corporal - portanto, um sistema auto-regulável, adaptativo e da vida de relação, estando, pois, em íntima interação com o sistema nervoso e com o sistema endócrino -, tem sido uma enorme contribuição na compreensão do tênue limite existente entre o que é propriamente somático e o que é propriamente psíquico. Isto nos leva a ter que encarar o limite do conhecimento técnico na compreensão dos mecanismos de formação das doenças; e, em função desses princípios, colocamo-nos a refletir sobre a importância de se mudar o foco da ação terapêutica da doença para a interação com alguém doente, de quem, na verdade, podem advir os recursos realmente curadores de uma doença.
Uma das mais importantes fórmulas acerca do encontro entre o psíquico e o somático é a fórmula da energia, no conceito de “UnidadeFuncional” ou “Identidade Básica”, criado por REICH (1974). Ele considera que a fonte de todos os acontecimentos humanos é a bionergia, ou “orgon”, o que significa que as atitudes corporais e as atitudes mentais-emocionais se correspondem, podendo substituir-se e influenciar-se mutuamente. Cada região do corpo, além de prestar-se a uma determinada função vivente, pode emprestar-se para representar uma zona específica de conflito, conflito energético entre o psíquico e o somático. Esses conflitos sãocargas emocionais relacionadas a acontecimentos vitais do passado, os quais,mal “metabolizados”, permanecem e atualizam-se, criando obstáculos diversosà vida. Quando mobilizados, podem liberar ou distribuir energia, facilitando a consciência das circunstâncias vividas, a expressão emocional, antescontida, e a organização de um novo modus vivendi psico/corporal. Todo o stress ocorrido durante as fases primitivas do desenvolvimento somato-emocional do indivíduo geram, em cada organismo humano, reações energéticas específicas, que servem de base para o desenvolvimento de doenças, no futuro, desse organismo.
É NAVARRO (1991) quem diz que as biopatias primárias, que correspondem às bases energéticas das doenças graves e geralmente “incuráveis”, estariam relacionadas ao stress vivido em períodos mais tenros da vida humana (uterinos). As biopatias secundárias, bases de doenças graves e geralmente “curáveis”, estariam também ligadas ao stress ocorrido em períodos iniciais (uterinos) e em torno do nascimento. As doenças somato psicológicas conhecidas como “sub clínicas” (ex.: gastrites, úlceras não instaladas, etc.) corresponderiam ao stress ocorrido no período da infância.
As somatizações ligadas a fortes acontecimentos emocionais (como paralisias histéricas diversas) corresponderiam ao stress advindo da puberdade em diante. Diante dessa concepção de interação mente/corpo/energia, podemos criar relações entre as diversas regiões do corpo afetado e a expressão de conteúdos subjetivos. E assim, pode-se observar que, mobilizando o movimento respiratório irregular, o silêncio peristáltico, a contração ocular e as diversas disfunções organísmicas, possibilitam o encontro com ossentidos mais profundos da gênese da doença de uma pessoa. Restabelecendo-se o ritmo respiratório espontâneo, os sons peristálticos rítmicos, o contato ocular descontraído, em síntese, o estado natural do organismo humano,estaria à pessoa ambientando um novo campo energético onde basear a suasaúde.
Um acompanhamento terapêutico baseado numa visão da integração doorganismo pode, pois, propiciar uma busca mais profunda do sentido da cura. Outra maneira de olhar para o acontecimento doença grave e apossibilidade da morte é a que pretende integrar o somático, o psíquico e oespiritual. Nessas visões, como na de BOADELLA (1992), dá-se uma grande ênfase ao “grounding” espiritual e aos estados transpessoais, reconhecendo-se que o trabalho psicossomático abre conexões para além do físico. O trabalho terapêutico, dentro de perspectivas que consideram a questão “espiritual”, requer uma profunda reflexão sobre a relação entre o terapeuta e seucliente. Ressonância, empatia, amor de transferência, são conceitos diversos para falar da mesma e necessária humanidade dessa relação.Conceitos como o de “inner-ground”, “self”, “eu superior” e outros, fazemreferência a uma realidade essencial, relacionada à presença e ao ser maisprofundo em cada um de nós. Haveria, pois, na experiência de estar doente e/ou de morrer, um sentido espiritual de contínuo aprendizado. Nesse sentido, poderia haver um grande amparo no processo de adoecimento e de morte de uma pessoa se ela experimentasse a presença de outro corpo-espelho/apoio-contato, a estimular-lhe a vida.
Como Acupunturistas, precisamos encontrar vias em nósmesmos e nos prepararmos para exercer essa forma de ajuda. Uma das formas seria vivenciando, experimentando nosso corpo, em um trabalho de reconhecimento corporal, compreendendo assim, em nós mesmos todo nosso histórico enquanto corpo, mente e alma.
Segundo SONTAG (1984): “a doença é o lado sombrio da vida, uma espécie de cidadania mais onerosa”. Todas as pessoas vivas têm duplacidadania, uma no reino da saúde e outra no reino da doença. Embora todospreferíramos usar somente o bom passaporte, mais cedo ou mais tarde, cada um de nós será obrigado, pelo menos por um curto período, a identificar-se como cidadão do outro país.
Na medicina Ocidental, a Síndrome do Pânico, pode ser tratada de algumas formas: Através de drogas (Tratamento clínico-medicamentoso) e de Tratamento conservador, através das diversas linhas de Psicoterapia, aliadas ou não a práticas de exercícios físicos.

Tratamento clínico- medicamentoso:
a) Antidepressivos: Tradicionalmente, os antidepressivos são subdivididos tanto pelos grupos químicos a que pertencem, quantos pela sua ação farmacológica: antidepressivos heterocíclicos (tricíclicos e tetracíclicos), inibidores da monoaminoxidase e, mais recentemente, inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Os efeitos colaterais mais comuns dos ADTs (antidepressivos tricíclicos) são: boca seca, diplopia, constipação, sedação, tontura, náusea, insônia, ganho ou perda de peso, tremores de extremidades e palpitações. Relatos de irritabilidade e de inquietação podem ocorrer, associadas ou não aos níveis séricos dos ADTs. Os ISRS (Inibidores seletivos de recapitação de serotonina) inibem de modo potente e seletivo a recaptação de serotonina (5-HT) no terminal neuronal pré-sináptico. Em relação aos ADTs, os efeitos colaterais dos ISRS são menos intensos e freqüentes, pela sua baixa afinidade aos receptores colinérgicos, noradrenérgicos e histamínicos. A Bupropiona é um antidepressivo atípico com mecanismo de ação parcialmente inibitório na recaptação da noradrenalina e da dopamina. Seus efeitos colaterais mais freqüentes são: boca seca, náusea, cefaléia, insônia, constipação e tremor. Também pode ocorrer acatisia, tontura, taquicardia e rush cutâneo. b) Ansiolíticos: Os ansiolíticos/hipnóticos do grupo dos benzodiazepínicos são prescritos com grande freqüência em adultos por serem eficazes em quadros de ansiedade e bons indutores do sono. Na infância, os distúrbios de sono e as manifestações de ansiedade são freqüentes e, geralmente, a resolução desses quadros depende muito mais de intervenções no ambiente do que do emprego de drogas psicoativas. São descritos quadros de “reação paradoxal” (irritabilidade, crises de raiva, hiperatividade ou agressividade) com o uso de benzodiazepínicos e que remitem com a retirada da droga. Nunca é demais lembrar o quanto é necessário ampliar o estudo da eficácia e da segurança dos psicofármacos no organismo humano e principalmente infantil, seu modo de ação e conseqüências a curto, médio e longo prazo em todos os aspectos do desenvolvimento.
Tratamento conservador: Dentre os tratamentos conservadores temos os exercícios físicos e a terapia psicológica.

a) Exercícios físicos: Os exercícios físicos são considerados de extrema importância no tratamento da síndrome de Pânico, pois um dos seus efeitos é a liberação de endorfinas, serotoninas, adrenalina. Geralmente, quando o paciente apresenta crise de pânico, tende a aumentar a produção da adrenalina, que é responsável pela sensação de fuga quando nos sentimos ameaçados e amedrontados. O individuo deve buscar atividades que sejam acima de tudo, prazerosas e terapêuticas.

b) Tratamento psicoterápico: Ajudando o paciente a atravessar possíveis episódios sem aterrorizar-se com eles e ensinando-lhe técnicas que lhe indiquem a eminência de um novo episódio para preveni-lo. Paralelamente, é desenvolvido um trabalho cujo objetivo é levar o paciente ao auto conhecimento, para que identifique sua dinâmica psíquica, isto é, aprenda como é seu modo de lidar com suas próprias questões emocionais, história de vida e seu padrão de comportamento que, se for disfuncional (prejudicial), precisará ser modificado. Na maioria dos casos, somente o trabalho psicoterapêutico é suficiente para livrar o paciente desse transtorno, mas tudo depende das características de cada caso e da qualidade da adesão do paciente ao tratamento. Há situações em que é necessário um trabalho conjunto com outros profissionais de saúde, especialmente quando há comorbidades (ocorrência simultânea de outras doenças). Algumas das técnicas citadas por você podem também ser utilizadas, como ferramentas coadjuvantes no tratamento, mas não é comum que sejam eficazes isoladamente. Os amigos e os parentes devem tratar o paciente com respeito e levar a sério o relato ou a aparência de seus sintomas, sem cair no erro de exceder-se em cuidados e mimos e evitando alarde. Se um familiar estiver próximo da pessoa durante um ataque, deve falar com ela calmamente e pedir-lhe para que respire suavemente, sinta seu corpo em contato com o chão ou cadeira e permanecer a seu lado, amparando-a levemente, se for necessário, apenas acompanhando-a e cuidando para que não se machuque, caso venha a desmaiar. O mal-estar logo passará. Ela não se sentirá pressionada ou constrangida, se perceber que a outra pessoa esteve calma também, tendendo a refazer-se mais depressa. Passado o episódio, mostrar-se descontraído e disponível, sem impor nenhuma ajuda que não for solicitada.
Segundo a Associação Nacional de Síndrome do Pânico, o tratamento Psicoterápico focado no enfrentamento das fobias através das técnicas da terapia cognitiva comportamental, limita o paciente em várias áreas. Depois um enfoque profundo na psicodinâmica independente da linha psicológica, elaboram-se as mudanças de alguns comportamentos inadequados. O paciente precisa redimensionar alguns conteúdos da personalidade, tais como: perfeccionismo, controle das situações, poder, centro das atenções, workalcoolic, auto crítica exacerbada. No processo psicoterápico a pessoa precisa trabalhar as complicações da doença para que sinta mais segurança e equilíbrio no dia a dia.
8-SÍNDROME DO PÂNICO SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
É interessante observar que a busca por abordagens alternativas, entre a medicina ocidental e a acupuntura, se deve, principalmente, a um desencanto com a medicina convencional e ao desejo de receber um cuidado holístico, ou seja, um tratamento que reconheça a integração entre a mente, o corpo e o espírito. Já se ouve falar, que as terapias alternativas devem ser estudadas junto à comunidade científica por serem cada vez mais procuradas pelas pessoas.
Segundo a abordagem bioenergética, da qual faz parte a acupuntura, a doença não é um fenômeno alienado no corpo. A acupuntura compreende a integração mente-corpo como um círculo de interação entre os sistemas internos e os aspectos emocionais, passível de ser concretizado através de três tesouros, ou seja, a Essência, o Qi e a Mente. Os fatores apontados pela Medicina Tradicional Chinesa como causadores das patologias (clima, emoções, dieta etc) se aplicam a qualquer sociedade, bem como os sentimentos de fúria, tristeza, dor e preocupação, são básicos em qualquer ser humano.
A cura, segundo a filosofia oriental, ocorre quando o Qi (força vital) do indivíduo é mobilizado e corrigido, de modo a restabelecer o correto fluxo da energia. Considerando a visão holística adotada pela medicina tradicional chinesa, tem-se que os pensamentos e as emoções influenciam diretamente na força vital, aumentando, ou ao contrário, paralisando o fluxo de energia pelo corpo. Esse processo pode ser considerado uma via de mão-dupla, onde o psiquismo não pode ser separado dos órgãos e vice-versa, isto é, as perturbações psíquicas, relativas às emoções, podem perturbar diretamente os órgãos e as alterações orgânicas podem agir sobre o psiquismo. Assim, o psiquismo é basicamente Yang, e, como tal, depende da energia Yang oriunda do ar e da luz. Entretanto, deve-se mencionar que tal psiquismo é, por sua vez, alimentado pela força Yin, oriunda dos alimentos e da terra, numa dependência e interpenetração constantes. Considerando que o fluxo do Qi influencia a psique, tem-se que os sentimentos localizados nos órgãos atuam causando insuficiências ou plenitudes.
Sinteticamente, tem-se que: O Coração, o órgão mais Yang dos órgãos, é a sede da mente; atua sobre a vida intelectual, equilibrando a razão e conservando a energia mental. O Baço-Pâncreas atua sobre o consciente, facilitando a concentração do pensamento e a compreensão, principalmente em Matemática. O Rim, o órgão mais Yin, é o gerador de energia; atua sobre os processos de tomada de decisão, conservando a vontade e a vitalidade. O Fígado, considerado a sede das emoções da alma, mantém o livre fluxo da energia do corpo, atuando sobre a ação, a inveja e o ciúme. O Pulmão capta a energia vital, atuando na defesa do organismo e nas perdas afetivas e O vaso-governador e o vaso-concepção atuam sobre a percepção da realidade.
Os sentimentos que causam plenitude, ou seja, excessos de Yang são, normalmente, identificados pelo descontentamento, pesar, obsessão, preocupação, como também pelo silêncio e pela ociosidade. Os sentimentos que causam insuficiência, ou seja, vazio de Yin, são, normalmente, identificados pela alegria, medo e também fadiga. Desse modo, tem-se que a acupuntura contempla cinco emoções: alegria, tristeza, reflexão, cólera e medo, sendo o estado de saúde dependente da harmonia entre as cinco emoções; as alterações emocionais levam aos quadros de excesso ou deficiência.
Em relação às desordens psicológicas, observa-se que a depressão e suas diferentes manifestações têm sido objeto de investigação de um grande número de profissionais, especialmente da área de saúde, no sentido de melhor compreendê-la, diagnosticá-la e, assim, tratá-la com maior eficácia. A ciência psicológica tem contribuído com diferentes formas de se intervir terapeuticamente no fenômeno depressivo, e, dentre as abordagens mais promissoras, encontra-se a terapia cognitiva, desenvolvida por BECK (1991). Entretanto, ao se considerar as publicações envolvendo as diferentes formas de tratamento das manifestações depressivas, constatam-se um grande interesse de pesquisadores da área de Psicologia em investigar a efetividade da terapêutica com acupuntura em relação a tais desordens e a outras, de natureza eminentemente emocional.
Um estudo realizado em 2003 por MANBER et al. (apud VECTORE, 2008), apresentou a importância da percepção da própria doença depressiva por um grupo de pacientes tratados pela acupuntura como um fator de predição à aderência ao tratamento, às expectativas e às crenças nas terapias alternativas. O trabalho, embora não visasse especialmente mensurar os efeitos da acupuntura em relação à depressão, mostrou que tal técnica tem sido uma importante aliada em investigações que objetivam conhecer os aspectos psicológicos dos pacientes, relacionados aos diferentes modos de se lidar com as doenças e com a dor. Pesquisadores gregos, em 2003, como FASSOULAKI et al. (apud VECTORE, 2008), investigaram o efeito da acupressão no ponto “extra 1” por dez minutos e concluíram que houve uma redução nos escores relacionados ao stress verbal, quando comparados com a aplicação, em um ponto qualquer, efetuada no grupo de controle. O efeito da inserção de agulhas no ponto “C7” na redução do stress psicológico foi observado em 2003 por CHAN et al, conforme cita VECTORE, (2008). Os estudos têm mostrado, ainda, a capacidade da acupuntura em modificar neuroquimicamente o sistema límbico (relacionado às emoções), aumentando o nível de serotonina e sendo, desse modo, indicada para o tratamento de depressões e alguns quadros de esquizofrenia, evitando os efeitos colaterais dos antidepressivos tricíclicos.
SPENCE et al. (apud VECTORE, 2008), mostraram o aumento da serotonina e a significativa redução da insônia e ansiedade em pacientes tratados com acupuntura durante cinco semanas. CHEN, ZHANG e HAN, segundo cita VECTORE (2008), evidenciaram que a técnica não evasiva de estimulação magnética transcranial (TMS), cujos princípios são derivados da acupuntura, apresenta efeitos na modulação cerebral, sendo, portanto, indicada na pesquisa de doenças neurológicas, distúrbios psiquiátricos e na investigação farmacológica. Outro estudo utilizando a magnetopuntura, desenvolvido por LI et al. Segundo VECTORE (2008), encontrou evidências fisiológicas de que tal técnica pode reduzir a fadiga mental em motoristas saudáveis.
REQUENA (1990),descreve que desde a antiguidade, já se classificavam os temperamentos em: sangüíneo, melancólico, colérico e fleumático, os quais podem estar diretamente relacionados aos seguintes órgãos, segundo esta autora:
· Fleumático: relativo ao baço-pâncreas, quando em plenitude, apresenta serenidade e calma excessivas, obsessão, fixação no passado, idéias fixas e sem realizações; o oposto relaciona-se à falta de memória, “branco”, ansiedade (não fica quieto) e angústia.
· Sanguíneo: relativo ao pulmão, quando em plenitude, apresenta excesso de auto-estima, agressividade, tristeza, obsessão pelo futuro; o oposto relaciona-se ao medo, à preocupação, à perda do instinto de conservação e dos reflexos de defesa.
· Colérico: relativo ao fígado, quando em plenitude, apresenta animação, cólera, ira e hiperatividade; o oposto relaciona-se à falta de imaginação e concatenação de idéias e de capacidade de expressão.
· Melancólico: relativo ao rim, quando em harmonia, representa à força de vontade, a determinação, a capacidade de execução das intenções, poder de decisão. Em plenitude, apresenta autoritarismo (problemas de próstata, neoplasias) e impulsividade; o oposto relaciona-se ao medo, à indecisão e à angústia.
· Reunião dos quatro temperamentos: relativo ao coração representa a razão tanto individual quanto coletiva. Em plenitude, apresenta excitação mental, dificuldade de concentração, alegria exagerada, riso exagerado, histeria; o oposto relaciona-se ao abatimento, à timidez excessiva e à incapacidade de fazer esforços. Quando em harmonia, apresenta-se como a soma de sensibilidade, alegria e poder de decisão.
Outro modo de se relacionar a acupuntura com o psiquismo é através da pulsologia, ou seja, do diagnóstico realizado de acordo com as pulsações do indivíduo. Segundo MORANT (1990), o quarto pulso está relacionado com as características psicológicas oriundas dos órgãos. A apreciação subjetiva dos fatos por parte do indivíduo definirá o órgão em que o sintoma irá manifestar-se. Por exemplo, um indivíduo preocupado consigo mesmo poderá desenvolver uma úlcera gástrica e, se a preocupação for voltada aos outros, o órgão a ser afetado será o baço-pâncreas. O fígado é o maior órgão em termos de possibilidades. No nascimento, é o fígado o maior órgão de todos, até a expansão do coração. Quando o medo é grande, o fígado trabalha mais porque a energia não sobe. Quando o calor do fígado gera calor no coração, as conseqüências são espasmo e enfarto. O fígado para M.T.C. é considerado o Controlador do Planejamento, isto porque ele organiza as ações do corpo, estabelecendo todo o seu metabolismo. Ele organiza as funções de todos os órgãos e mantém o sangue livre de toxinas de modo que possam funcionar bem. O fígado é lesado pela cólera. Como planejador, muitas vezes se frustra quando observa que seus planos não estão sendo seguidos pelos outros órgãos. Ele governa também os olhos, na medida em que precisamos ver para planificar; quando o fígado adoece, a visão tanto física quanto espiritual (interior) se obscurece. O fígado está ligado à vesícula biliar, que é o Sistema de Tomada de Decisões. Enquanto o fígado estiver sadio, as decisões do sujeito são perfeitas, já que a vesícula está intimamente ligada a ele. Se o fígado adoece, o julgamento do indivíduo é imperfeito e não pode mais confiar em suas próprias decisões. Quando isto acontece, a pessoa se torna azeda na mente e no corpo, e começa a mostrar-se cada vez mais irritada, carece de estabilidade emocional, não repousa e perde a fé. Se a situação não for resolvida, leva-o à violência, hostilidade, confusão, caos e à demência. Quando o elemento madeira está em equilíbrio surge flexibilidade nos músculos e articulações, boa visão interna e externa e unhas fortes; surge insônia, pesadelos; pânico, perda da capacidade de julgamento e decisão; pensamentos e emoções que aparentemente não fazem sentido. É muito comum encontrar casos de irritação, ansiedade, estresse e depressão ansiosa nas patologias relacionadas ao elemento madeira. Esta mesma autora, cita que o trabalho do coração está associado ao intestino delgado, que tem a tarefa de separar o puro do impuro, transformar o material enviado a ele em energia pura e residual, assim como separar ações e pensamentos puros e impuros. Se o coração falha, perde-se a pureza do pensamento e segue-se a estagnação da mente. O corpo fica envenenado e enche-se de toxinas. Resultam a ansiedade, a depressão e a insegurança. O corpo deixa de nutrir adequadamente; segue-se fraqueza, as inchações, as infecções, artrites e doenças mais graves. Duas funções deste nível proporcionam proteção ao coração como ao resto do organismo, segundo esta autora, e são elas:
l - Sistema de Energia Circulação-Sexo: Protetor do Coração influi muito na vida amorosa e sexual.
2- Triplo-Aquecedor: Controla o calor do corpo e o calor da simpatia e dos vínculos sociais e de família.
3- Os sistemas de Circulação-Sexo e Triplo-Aquecedor movem o sangue e o Qi através do organismo e harmonizam todas as sensações internas. Juntos, habilitam todos os órgãos e sistemas a funcionar.
Quando o elemento fogo encontra-se em equilíbrio existe sociabilidade, capacidade de falar e de ouvir, alegria, empáfia, calor humano, tom de voz risonho, bons pensamentos, boa vontade e bons sentimentos. Quando o fogo encontra-se em desequilíbrio há dificuldades nas relações sociais, euforia, super excitação, fechado ou sisudo, gagueira, loquacidade, dificuldade de exprimir o que sente e falar demais. Ser do contra; não ter amigos; temperamento frio; febre; má circulação; digestão difícil, dificuldade de se colocar em relação ao mundo; Confusão de emoções e pensamentos; Dificuldade de concluir o que começa. Desejos fortíssimos que atropelam os outros, descaso pelos sentimentos dos outros ou pelos próprios. (CAMPIGLIA, 2002).
Em nós a Terra está relacionada ao centro do corpo: timo, estômago, pâncreas e baço, umbigo. É o centro do espaço que nos envolve: carne que reveste nossos ossos, e músculos, que nos dá aparência e identidade corporal. A boca, os lábios e tudo o que está envolvido com o comer é terra. O estômago recebe, decompõe e amadurece o alimento, enquanto o baço transporta a energia através de todo o corpo. Antes que o baço possa controlar esse transporte, deve assimilar e misturar o puro QI do plano espiritual com a energia do alimento. Se a energia do coração não veio com amor, não pode alimentar adequadamente o resto do organismo. Se o estômago não decompõe completamente e não amadurece o alimento, sua energia não pode ser assimilada pelo corpo. O sistema de energia do estômago governa a digestão da vida também, e pode-se observar que a incapacidade de absorver e assimilar o conteúdo da vida está relacionado com a fraqueza do estômago e do baço. Tem se observado muitas vezes que o indivíduo que não pode lutar e preencher as exigências de sua vida é deficiente neste sistema. Quando a terra está em equilíbrio há sentimento de paz consigo mesmo; Bem estar em qualquer lugar; Capacidade de sorrir, cantar e beijar; Simpatia; Boa racionalidade/bom-senso; Perfeccionismo/capricho no que faz. Quando há terra em desequilíbrio ocorre paranóia, Suspeita; Critica com os outros e consigo mesma; Idéias fixas; Comportamento obsessivo; Sai de si com facilidade; Simpatia excessiva (desagradável solicitude); Só fala de si; Ódio mortal. Ciclos desregulados - de comer, dormir, menstruar, ir ao banheiro. Peso em excesso ou abaixo do peso; Leve halo amarelado que emana do rosto, o que mostra dificuldades de estômago, baço e pâncreas, Predileção por amarelo ou alaranjado. (CAMPIGLIA, 2002).
Descreve ainda, esta mesma autora, que o pulmão é considerado o Controlador do QI e é responsável pela purificação e regeneração do sangue e da mente. Se não funcionar adequadamente, as faculdades mentais do organismo se decompõem. O cólon (intestino grosso) é conhecido como Controlador da Drenagem dos detritos, ele remove os detritos corporais e mentais. Quando não funciona bem, temos constipação mental e física e a reabsorção dos venenos e toxinas em todo o sistema. A capacidade de aprender, de ouvir os outros e de pensar com clareza, dependem do efetivo funcionamento dos pulmões e do cólon. Todos os órgãos dependem desse bom funcionamento para a sua manutenção e desenvolvimento. Na visão simbólica chinesa, os pulmões cuidam do tesouro sem o qual o coração não reina e a estratégia do fígado não é executada. Tudo o que consideramos precioso é metal. O Metal em equilíbrio ocorre capacidade de colocar ordem e ritmo nas coisas; assimilar o essencial e descartar o inútil; Harmonizar as tensões; Produtividade. Quando Metal está em desequilíbrio apresenta Diarréia (perda de recursos); Prisão de Ventre (retenção dos excessos); Falta de vitalidade; Indisposição generalizada; Problemas de garganta e esôfago; Certos tipos de paralisia; Doenças debilitantes; Fragilidade emocional. Depressão e melancolia; Discurso incoerente; Choro freqüente; Membros ou costas doloridos; Dormir só de bruços (mostra intestinos sobrecarregados); Sentimento de amor impossível. Sensação de que a vida não vale a pena; Nostalgia; Tosse crônica ou nervosa; Catarro no peito; Tez pálida.
CAMPIGLIA (2002), afirma que o elemento Água é a nossa herança genética, nossa história familiar, nosso nome. Em água temos os Rins e a Bexiga. Os rins são o celeiro da energia vital, são conhecidos como o Sistema Controlador da Água. Diz-se que o Controlador da Água “cria o osso e a medula óssea” e que o próprio cérebro é o “Mar da Medula Óssea” porque é gerado por ela. Do cérebro dependem a harmonia dos movimentos corporais e a sensibilidade dos olhos e dos ouvidos. Diz o Tratado Chinês que se o cérebro não for bem nutrido pela medula, perde a coordenação e surgem os apitos no ouvido, tremores, tonturas, problemas ópticos e estados letárgicos. O rim funciona para separar energia pura da matéria residual. O aspecto mais importante dos rins é o fato deles armazenarem Jing, a essência ancestral, que o potencial de diferenciação entre yin e yang. Como todos os órgãos precisam de Jing, a harmonia dos rins é essencial ao bom funcionamento do corpo e, por isso, a tradição os define como Raiz da Vida, Mansão do Fogo e da Água, Residência do Yin e do Yang, canal da Morte e da Vida. Ele governa a vontade do homem para sobreviver e evoluir. Os rins realizam seu trabalho básico com a ajuda da bexiga, que armazena o excesso de água e controla sua passagem para fora do corpo. O meridiano da bexiga é o maior do corpo (ele tem 67 pontos) e governa o trabalho de todos os outros sistemas através da sua passagem ao longo da espinha. O restante da mente-corpo, portanto, depende inteiramente deste nível para a sua existência e funcionamento adequados. Se este nível se desequilibrar, o organismo começa a “afogar-se” em seus próprios resíduos e os próprios ossos começam a se decompor. Como uma pessoa que se afoga, o indivíduo não tem tempo para os outros em sua vida, pois está muito ocupado em tentar salvar a si mesmo. Com a água em equilíbrio há facilidade de adaptação; Perseverança; Força; Força de Vontade; Capacidade de colocar metas. O Elemento Água em desequilíbrio há Letargia; Falta de vontade e determinação; Desânimo; Edemas; Tremores; Cansaço sem motivo aparente; Queda de cabelos; Embranquecimento dos cabelos; Recolhimento excessivo; Bloqueio emocional. Dificuldade de adaptação; Ansiedade, Medo, fobias generalizadas; Insegurança; Angústia; Sensação de sufoco.

Os cinco elementos estão relacionados aos órgãos e aos temperamentos. A energia do coração se relaciona com: a alegria e ansiedade; A energia do pulmão se relaciona com a depressão e a tristeza; A energia do fígado se relaciona com a raiva e o rancor; A energia do rim se relaciona com o medo e o pânico; A energia do baço e do pâncreas se relaciona com a racionalização e a preocupação. Um se sobrepõe ao outro. O fogo controla o metal, o metal controla a madeira, a madeira controla a terra, a terra controla a água e a água controla o fogo. Para a Medicina Tradicional Chinesa, todos os seres vivos são dotados de uma energia vital denominada “chi”, e o equilíbrio entre as polaridades positiva (yang) e negativa (yin) dessa energia, tem influência direta sobre a saúde do homem e para a natureza. Se o organismo consegue compensar naturalmente o desequilíbrio, nada acontece. Mas, quando esse mecanismo falha, as doenças podem aparecer e a morte significa o cessar da energia “chi”. Segundo CASTRO (2007), entre as possíveis causas da síndrome do pânico, acha-se:
1. Deficiência do Jing dos Rins
2. Deficiência de Qi e de Sangue
3. Deficiência do Qi do Fígado e da Vesícula Biliar
4. Deficiência do Qi do Coração e da Vesícula Biliar
5. Fogo do Coração
6. Sobrecarga do Fígado
Essas seis possibilidades não são limitativas, segundo este autor, que afirma que um paciente pode apresentar uma ou mais dessas ou ainda outras síndromes, isoladamente ou em conjunto. Uma vez identificadas às causas, o terapeuta pode elaborar uma estratégia terapêutica em acupuntura.

9- ACUPUNTURA COMO TRATAMENTO COADJUVANTE NA SÍNDROME DO PÂNICO
O princípio do tratamento visa sempre restabelecer o equilíbrio entre os aspectos Yin e Yang do organismo. Tal objetivo, segundo a M.T.C. é alcançado por meio da alimentação equilibrada, da fitoterapia, de fórmulas terapêuticas, de massagens e exercícios físicos, respiratórios, meditação e acupuntura.
O meridiano do Pulmão, segundo ODOUL (2003), está associado à capacidade de se defender no que diz respeito ao “mundo exterior”, o que ele chama de voluntarismo ao rigor, à ação sobre as coisas, mas, sobretudo à interiorização, tomada no sentido da não-manifestação da camuflagem (armadura). Os problemas do sistema respiratório, conforme descreve este mesmo autor, nos falam da nossa dificuldade para nos proteger perante o mundo exterior, eles também podem significar que não conseguimos fechar certas feridas em nossas vidas, de certa forma nos falam de nossas tristezas, ressentimentos, rancores, de nossa dificuldade e angústia de esquecer, em perdoar, até mesmo do nosso desejo de acertar as contas, ou pior ainda, de vingança. A última significação que pode ser associada a problemas pulmonares é a da melancolia, da aflição, da solidão. A energia do pulmão, segundo o mesmo autor, é responsável por esses sentimentos que o esgotam, quando estão em excesso. Este mesmo autor diz, que é interessante lembrar, que a grande época do romantismo foi também a “grande época” da Tuberculose.
Segue abaixo, os principais pontos de ação psíquica do meridiano do Pulmão e de seu acoplado, o Intestino Grosso:
P5
Localização: Situa-se em uma depressão do lado lateral do tendão do músculo bíceps do braço, no nível da prega do cotovelo (estendido).
Características: Ponto Ho do canal de energia principal do Fei (Pulmão),corresponde ao movimento água. Ponto de dispersão da energia do canal de energia principal do Fei (Pulmão).
Indicação: Agitação Psíquica.
Funções Energéticas: Dissipa e elimina o calor e o vento; dissipa o calor do Aquecedor Superior; faz circular o Qi para baixo; promove a dispersão do yangqi excessivo do FEI, alivia a plenitude de Qi do tórax.
P7
Localização: Situa-se a 1,5 tsun proximais á prega ventral do punho, lateralmente a artéria radial.
Característica: Ponto Luo do canal do Fei (Pulmão), de onde partem canais de energia luo longitudinal e transversal. Ponto chave (de ligação), que liga o canal de energia curioso Ren Mai (Vaso Concepção), ao canal de energia principal do Fei; ponto de abertura do canal de energia curioso Ren Mai.
Indicações: Transtornos mentais depressivos e maníacos, risos incessantes, alucinações.
Funções Energéticas: Harmoniza o Fei (P), promove a circulação do Fei, promove peristaltismo intestinal, regulariza o canal RenMai, dispersa o vento perverso, promove a dispersão do yang excessivo do Fei.
Associações: P1, VC17 (estagnação do F) = Raiva reprimida, mágoa, apêgo a relações do passado.



P9
Localização: Situa-se na prega distal da face anterior do punho, lateralmente á artéria radial.
Características: Ponto Iu-Yuan do canal do Fei, corresponde ao movimento Terra; pontos de tonificação e fonte do canal do Fei.
Indicações: Mal estar provocado pela ansiedade, insônia, transtornos mentais depressivos e maníacos, delírio.
Funções Energéticas: Regulariza e harmoniza o Fei; promove a ligação do TR superior com o Fei; aumenta a circulação do Xue; dissipa o vento perverso; transforma a Mucosidade e a umidade-calor, dispersa a estagnação de Qi alojado no canal de energia; descongestiona o Tórax; ponto reunião dos vasos sangüíneos; harmoniza o Qi em tumulto.
Associações: P9 com: B13 ou B62 ou “Anmian” ou VC13 ou E38 ou BP1 = Insônia.
P10
Indicação: Tristeza junto com medo. A obra Shen Ying Jing (Livro conforme ao divino), de Chen Hui, recomenda a seguinte associação de pontos em acupuntura: P10, C7, EC7.

O meridiano do Intestino Grosso, segundo ODOUL (2003), está associado aos mesmos planos físicos e psicológicos que o Pulmão, uma vez que ele é o seu meridiano complementar.
IG4
Localização: situa-se na metade do 2º metacarpo, entre o 1º e o 2º ossos metacarpos ou sobre a saliência muscular, quando se faz a adução do polegar.
Características: Ponto nascente.
Funções Energéticas: Dispersa o Vento exterior; liberta o exterior, estimula a função do Pulmão; interrompe a dor, remove a obstrução do meridiano; tonifica o Qi e consolida o exterior; harmoniza a ascendência e a descendência.
Indicações: Astenia mental, neurastenia, epilepsia, depressão, mania.
Associações: ID3, CS5 = Estados maníacos; ID7, P10, C3, IG11, ID4 = Delírios.
IG6
Localização: Situa-se na margem posterior lateral do antebraço a 3 tsuns da prega do dorso do punho, sobre a linha traçada entre o IG5 e o IG 11, no cotovelo.
Características: Ponto de Acúmulo.
Funções Energéticas: Harmoniza as vias das águas; faz circular o Qi nos canais de energia; limpa o FEI QI das energias turvas, dispersa calor e vento perverso; descongestiona o QI estagnado da garganta.
Indicações: Epilepsia, depressão, mania, convulsões infantis.
IG11
Localização: Situa-se em uma reentrância na extremidade lateral da prega de flexão do cotovelo, ou a meia distância entre P5 e o epicôndilo lateral, com o cotovelo em flexão de 90°. A agulha deve ser direcionada para o epicôndilo medial.
Características: Ponto Mar; Ponto Terra e Ponto Tonificação.
Funções Energéticas: Expele o vento externo, elimina calor, esfria o Xue, resolve a umidade, regulariza o QI nutritivo e o sangue e beneficia tendões e articulações.
Indicações: Depressão, mania, angústia, amnésia
Associações: IG11 com ID1= Epilepsia, convulsões.


No plano Psicológico o meridiano do Estômago está, segundo ODOUL (2003), associado ao pensamento, à memória, à razão e ao realismo, à reflexão e às preocupações. Os males do estômago nos falam da dificuldade ou das tensões que encontramos quanto ao nosso domínio ou à nossa gestão do mundo material. O estômago que nos faz sofrer também pode nos querer mostrar que temos tendência para ruminar, repisar as coisas e os acontecimentos de forma excessiva, por exemplo: azia, acidez gástrica, úlcera, câncer. Vários alunos sentem cólicas ou azia no estômago antes das provas, que quer dizer um sinal de inquietação. Seguem abaixo os principais pontos do meridiano do Estômago e depois o seu acoplado, o Baço-Pâncreas:
E23
Localização: Situa-se a 2 tsuns proximais à cicatriz umbilical e sobre a linha horizontal que passa pelo VC10 a 2 tsuns alterais a esse ponto.
Funções Energéticas: Regulariza as funções energéticas do Wei e dos Intestinos; promove a limpeza e faz circular o Qi do Yang Ming.
Indicações: Doenças mentais, depressão, manias, ansiedades e angústia.
E36
Localização: Situa-se a 3 tsuns distais de E35 e a 1 tsun lateral à margem anterior da tíbia, entre o músculo tibial anterior e extensor longo dos dedos.
Características: Ponto Mar, Terra, Ponto Mar dos Alimentos.
Funções Energéticas: Aumenta o Yang, expele o vento e a umidade, resolve edema, regulariza o Qi defensivo e Nutritivo, dissipa o frio, fortalece o corpo, tonifica o Qi e o sangue.
Indicações: Fortalece o corpo e a mente de pessoas muito debilitadas, após patologia crônica.
E40
Localização: 8 tsuns proximais à protuberância do maléolo externo ao nível de E38, à largura de dois dedos médios até a crista anterior da tíbia.
Característica: Ponto Conexão.
Funções Energéticas: Resolve fleuma, proporciona o relaxamento geral, pacifica a energia espiritual e a Umidade; acalma a asma, elimina o calor, acalma e limpa a mente e abre o Tórax.
Indicações: Acalmam a mente, ansiedades, medos, fobias (se eles forem causados pela obscuridade da mente pela fleuma).




E42
Localização: Situa-se a 1,5 tsun distal do E41, sobre o ponto mais alto do dorso do pé, ao lado da pulsação da artéria do dorso do pé.
Característica: Ponto Fonte do Estômago; recebe o Qi do canal LUO transversal do canal do BP, fazendo a ligação yin/yang; Ponto correspondente ao movimento madeira.
Funções Energéticas: Fortalece o Qi do BP ;harmoniza a circulação de Qi nos canais de energia Luo; dispersa a Umidade e o vento perverso, faz a limpeza do calor do E o calor perverso; circula o Qi para o pé.
Indicações: Insanidade mental e depressão; bom para acalmar a mente.
E45
Localização: Situa-se no ângulo ungueal lateral do 2º pododáctilo.
Característica: Ponto TING do canal do Wei; corresponde ao movimento Metal; Ponto de dispersão do canal de energia do Wei (estômago).
Funções Energéticas: Harmoniza o Qi do Wei e dos intestinos; dispersa o calor perverso do Ying ming; elimina calor e Umidade; acalma a mente reanima estados de inconsciência A obra Zhen Jiu Zi Sheng Jing (Livro de acupuntura e de moxabustão para ajudar a vida), de Wang Zhi Zhong, recomenda a seguinte associação de pontos em acupuntura: E45, C6, EC5, IG2.

O meridiano do Baço Pâncreas, segundo ODOUL (2003), é responsável pelo tipo e pela qualidade da nossa relação com a matéria da qual tentamos nos “apropriar” através da digestão. As inquietações em relação ao mundo material e à sua possessão, as inseguranças, as angústias ligadas a esse mundo, como por exemplo, o mundo profissional depende do Baço Pâncreas. Os males do Baço-Pâncreas, segundo ele, significam que temos tendência a atravessar a vida com sensatez demais, ou seja, não deixando espaço suficiente com o prazer, para a alegria. As preocupações materiais interiorizadas e as angústias obssessionais, o medo de sentir falta ou de não saber, de não estar à altura, estes são sinais expressos pelos problemas do Baço-Pancreas. A tendência de viver o passado, por medo de não produzir o presente, podem se manifestar através de tensões ou de doenças nesses dois órgãos. A necessidade de corresponder às normas, de respeito às regras, até mesmo de dependência em relação a elas, pode ser exprimida através de desequilíbrios do BP. Exemplo de doenças: hipoglicemia, hiperglicemia, diabetes. Seguem os pontos de ação psíquica desse meridiano:
BP2
Localização: Na depressão distal e Inferior à 1ª articulação metacarpofalangeana, no ponto de divisão entre a carne vermelha e a branca.
Características: Ponto IONG do BP, corresponde ao movimento Fogo, Ponto tonificação do BP.
Funções Energéticas: Harmoniza o Qi do BP e do E.
BP3
Localização: Na depressão proximal e Inferior a 1ª articulação metatarso falangeana no ponto de divisão entre a carne vermelha e a branca.
Característica: Ponto Terra, Ponto Fonte e Riacho.
Funções Energéticas: fortalece o BP, resolve umidade, fortalece a coluna.
Indicações: Estimula as faculdades mentais as quais são associadas com função do baço, na medicina chinesa, e pode ser utilizado nos casos em que o Qi do baço está debilitado pelo excesso de atividade mental. Sinais de Umidade: pensamento confuso, entorpecência na cabeça.
BP5
Localização: Situa-se na interseção de duas linhas, traçando-se uma vertical ao longo da margem anterior do maléolo medial e uma horizontal pela margem inferior deste.
Características: Ponto Rio, Ponto Metal, Ponto de Sedação.
Funções Energéticas: Fortalece o Qi do BP e do Wei, harmoniza o Qi do aquecedor médio, transforma a umidade-calor e remove a umidade.
Indicações: Palpitações, estupor, insônia, depressão, manias.
Associações: P10, P11, E41, B67, ID4 = Cefaléias e ansiedades.
BP6
Localização: Situa-se a 3 tsuns proximais à parte mais saliente do maléolo medial, junto à margem medial da tíbia.
Características: Ponto de encontro dos 3 yin da perna.
Funções energéticas: Fortalece o BP, resolve a umidade; promove a função do Fígado e suaviza o fluxo do Qi do Gan(F); tonifica o rim; nutre o sangue e o yin; beneficia a micção; regulariza o útero e a menstruação; move o sangue e elimina a estase; esfria o XUE, interrompe a dor, acalma a mente.
Indicações: Astenia mental, desmaios, insônia, palpitações, estupor, preocupação, tristeza, choros, amnésias, letargia.
Associações: C7, R3 = Insônia

O próvérbio diz: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”, mostra bem a predominância do coração sobre o cérebro que pensa. A qualidade energética desse centro, segundo ODOUL (2003), da mesma natureza que a dos meridianos, permite explicar; por outro lado, porque um grande número de pontos de Acupuntura dessa região cardíaca tem nomes psíquicos. Encontra-se, de fato, nessa região das costas, na altura do coração, os pontos principais denominados “blocos espirituais”, “ruína da alma”, “movimento da espiritualidade”, “centro colorido”. Os pontos do coração são também chamados “caminhos do espírito” e “porta do espírito”. Eles representam um papel importante no tratamento das pertubações psíquicas. O Coração é chamado de “Imperador”, pois é o órgão mais importante na Acupuntura. Ele tem um significado orgânico comparável à medicina ocidental, porém tem também um significado energético nos fenômenos físicos imateriais que colocam como Centro ou Núcleo do homem e soberano em “prestígio espiritual”. O meridiano do coração está associado à consciência, à inteligência, à paixão, ao brilho, mas também à violência. É o amor, porém o amor passional, aquele que queima e que consome. Conforme afirma ODOUL (2003), os males do coração nos falam das nossas dificuldades para viver o amor e as nossas emoções. Pode significar também que damos lugar demais para o ressentimento, para a raiva, para a violência, que reprimimos ou exprimimos de forma distorcida (esporte, jogos, feridas). Doenças como palpitações, taquicardias, infartos e outros problemas cardíacos exprimem todo nosso sofrimento, para gerarem os nossos estados emocionais ou, ao contrário, para dar-lhes a possibilidade de exprimir, de viver dentro de nós. Uma atitude séria demais em relação à vida e ao que acontece, a ausência de prazer no que fazemos ou sentimos, o pouco espaço para a liberdade e a descontração fragilizam as energias do coração e podem se traduzir em tensões cardíacas. Porém o excesso de prazer ou de paixão também fragiliza as energias do coração e pode se traduzir pelos mesmos efeitos. Seguem abaixo seus pontos de ação psíquica:
C3
Localização: Com o cotovelo do paciente fletido, entre a extremidade interna da prega cubital e o epicôndilo interno do úmero.
Características: Ponto Ho do canal de energia do XIN, corresponde ao movimento Água.
Funções energéticas: Harmoniza o XinQi, o Qi e o XUE; acalma o Shen e fortalece a mente. Favorece a circulação do CS, guarda a vontade, dispersa a Mucosidade, faz a limpeza do calor dos vasos sangüíneos.
Indicações: Neurastenia, psicoses, angústias, palpitações, estupor, depressão, insônia, amnésia, epilepsia, manias.
Associações: C3 com o ponto extra: “Anmian” e BP6 = Neurastenia.
C5
Localização: 1 tsun proximal à prega distal do punho no lado radial do tendão do músculo flexor cubital do carpo.
Características: Ponto de conexão.
Funções Energéticas: Acalma o coração, pacifica a força do espírito, disperta os sentidos e beneficia a língua, instabilidades psico-emocionais (astenia mental, neurastenia).
C7
Localização: Na prega de flexão anterior do punho, proximal ao osso pisiforme e junto à margem lateral (radial) do tendão do músculo flexor ulnar do carpo.
Características: Ponto Fonte, Ponto Riacho, Ponto de Sedação.
Funções Energéticas: Acalma o shen (mente), fortalece a mente, nutre o sangue do coração, refresca o calor do Xin.
Indicações: Insônia, sono perturbado por pesadelos, histeria, pavor, ansiedade, palpitações, neurastenia, irritabilidade, amnésia, doenças mentais e sonhos excessivos.
Associações: Segundo MACIOCIA (1996) serve para acalmar a preocupação sob situações de estress usa-se o C7 com: BP6, R3 = Insônia e grande ansiedade; CS6, Yintang, Anmian, E36, R3, VB20, VG20 = Neurastenia; CS6, VG26, ID3 = Histeria.
C9
Localização: Situa-se à margem ungueal lateral (radial) do dedo mínimo da mão.
Características: Ponto Nascente, Ponto Madeira, Ponto Tonificação.
Funções Energéticas: Elimina o calor, domina o vento, abre orifícios do coração, alivia a plenitude, restaura a consciência.
Indicações: Insônia, histeria, irritabilidade, mania, desmaios, perda de consciência.

O Meridiano do Intestino Delgado (Xiao Chang), se gundo ODOUL (2003) é o “aduaneiro”, o conselheiro pessoal do Imperador (Coração), a quem ele dá assistência. Ele assegura a assimilação dos alimentos controlando a separação dos que são “puros”, conduzidos ao BP, dos “impuros”, conduzidos as visceras de eliminação que vêm a ser o Intestino Grosso e Bexiga. Faz uma triagem entre o assimilável e o não assimilável, que continua então no intestino grosso. ODOUL (2003), afirma que os os males do Intestino delgado como diarréias e úlceras, nos falam das nossas dificuldades para assimilar as experiências, para deixar que elas penetrem em nós sem julgá-las. Ele é o representante físico da subjetividade. Dores e doenças do IG também podem significar segundo este autor, que temos uma forte tendência a julgar os acontecimentos e os outros, a raciocinar em demasia em termos de mal ou bem, certo ou errado. Abaixo, estão descritos seus pontos de ação psíquica:
ID3
Localização: Com o punho do paciente ligeiramente fechado, na extremidade cubital da prega proximal da 5ª articulação metacarpofalangeana, na linha divisória entre a carne vermelha e a branca.
Características: Ponto Riacho, Ponto Madeira, Ponto abertura do vaso governador, Ponto de Tonificação.
Funções Energéticas: Liberta o coração e promove a calma geral; dispersa o QI estagnado dos canais Tendíneos Musculares, tranqüiliza o Shen (mente). Libera a energia perversa do ID para o exterior.
ID 4
Localização: Situa-se na reentrância interóssea formada pela base do 5º metacarpo e o osso piramidal.
Características: Ponto Fonte.
Funções Energéticas: Elimina o calor e o Vento perverso, faz a limpeza da umidade-calor contida no canal de energia; dispersa o QI estagnado dos canais tendíneos musculares.
Indicações: Depressão, manias, palpitações, cefaléias.
ID7
Localização: Situa-se na margem posterior da ulna, a 5 tsun proximais ao ID6, sobre a linha que une esse ponto ao ID8
Características: Ponto de Conexão (Luo).
Funções Energéticas: Acalma e clareia o Shen (mente). Nutre o Yin Qi, dispersa o calor e o vento perverso; relaxa músculos e tendões; ativa a circulação de QI dos canais de energia; faz circular as energias perversas.
Indicações: Afecções mentais, neurastenia, neurose, insanidade, esquizofrenia depressiva e maníaca; pacifica o espírito; promove a calma geral.
Associações: ID4, IG11, C3, IG4, P10 = Mania. Serve para acalmar a mente nas ansiedades severas.

O meridiano da Bexiga (PangGuang), segundo ODOUL (2003), corresponde, no plano fisiológico, aos ossos, à medula óssea, às orelhas; Junto com o Rim, a bexiga, também permite que gerenciemos e evacuemos as “velhas memórias”, os velhos esquemas profundos que carregamos conosco e que estamos prontos para mudar, para largar. Esse papel conforme afirma ODOUL (2003), é facilmente compreendido, pois esses dois meridianos têm relação estreita com o sistema nervoso autônomo, que vem a ser a “porta” fisiológica do nosso inconsciente, ou seja, justamente aquele que carrega as nossas memórias mais profundas. Este autor, fala que os males da Bexiga é um sinal das nossas dificuldades para eliminar nossas “águas usadas”, ou seja, nossas velhas memórias que não nos satisfazem mais e, de acordo com ODOUL (2003), crenças antigas, velhos hábitos, esquemas de pensamento inadequados para situação presente. Quando ocorrem doenças na Bexiga, significa que temos medo de abandonar ou de mudar de pensamento ou de ação, ou pode significar também que temos medos em relação aos nossos “ancestrais” que não conseguimos superar. Ex: crianças que tem enurese ou cistites repetidas. Abaixo, estão os pontos de ação psíquica deste meridiano:
B5
Localização: Situa-se a 1 tsun acima de B4 na horizontal que passa pelo VG23.
Características: Domina o vento interior; restaura a consciência.
Funções Energéticas: Acalma o shen.
Associações: VG12, B40, B39, B60 = Esquizofrenia depressiva e cefaléia.
B7
Localização: Situa-se a 1 tsun anterior e a 1,5 tsun lateralmente ao VG 20
Funções Energéticas: Acalma a mente.
Indicações: Cefaléias, vertigens, desmaios, mania, perda de consciência.
B8
Localização: Situa-se a 1,5 tsun, posterior ao B7, na parte alta da vertente posterior da cabeça e a 1,5 tsun laterais à linha mediana.
Funções Energéticas: Acalma o shen (mente), reanima o estado de inconsciência, desperta vento perverso.
Indicações: Esquizofrenia, desmaios.
Associações: B8 com: VB2, VG12 = Melancolia e perturbação mental.
B10
Localização: Situa-se na nuca, caudal à protuberância occipital externa na margem lateral do músculo trapézio e a 1,5 tsun laterais ao ponto VG15.
Características: Ponto Mar do Qi.
Funções Energéticas: Expele vento, limpa cérebro.
Indicações: Estimular a memória e concentração.
Associações: B10 e B23 = Depressão e falta de iniciativa.

B15
Localização: Ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de T5, a 1,5 tsun laterais em relação à linha média dorsal.
Características: Ponto de transporte posterior para o coração.
Funções Energéticas: Acalma a mente, elimina calor, estimula o cérebro; pode ser utilizado para: ansiedade e insônia, derivadas de uma condição de excesso do coração, tais como: Fogo do Xin, calor–vazio do Xin (nestes casos é usado em sedação). Não é usado para insônia e ansiedade de uma condição de vazio tais como: Deficiência de Yin do sangue e de coração. Isto porque este ponto acalma principalmente a mente por meio da eliminação do calor no coração. Ao mesmo tempo acalma a mente e também estimula o cérebro, se utilizado como tonificante ou moxa direta. Neste último caso tem bons efeitos para retardamento mental nas crianças ou na depressão nos adultos.
Associações: B13 e B15 = Tristeza e depressão (em casos de síndrome de deficiência de Qi do Rim e da Vesícula biliar).

Segundo MACIOCIA (1996) a suavidade ou rigidez das partes superiores e inferiores do abdome são significantes. A parte superior do abdome, abaixo do processo xifóide, reflete o estado do Qi do aquecedor superior, ou seja, do Qi do coração (Xin) e do Pulmão (Fei), além do Qi toráxico. Esta área deve ser relativamente mais macia do que o resto, indicando um fluxo suave do Qi do Pulmão e do coração, além da constrição da alma corpórea, decorrente da tensão emocional. A “Síndrome do caroço de ameixa”, segundo o mesmo autor, é causada por fleuma não substancial, manifestando-se como sensação de inchaço na garganta (mas com ausênica do mesmo), dificuldade para engolir e sensação de plenitude no tórax e diafragma. Essa forma de fleuma é freqüentemente associada com estagnação de QI do Fígado. A sensação típica de constrição da garganta varia de acordo com o humor.
B17
Localização: Ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de T6, a 1,5 cun lateral em relação à linha média.
Características: Ponto de transporte posterior do diafragma, ponto de união para o sangue.
Funções Energéticas: Nutre o sangue, revigora o sangue, abre o tórax, remove obstrução do diafragma, pacifica o Qi do estômago; tonifica o Qi e ao sangue; elimina calor; acalma a mente.
B23
Localização: Ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de L1, a 1,5 tsun laterais, em relação à linha média dorsal.
Características: Ponto de transporte posterior do rim.
Funções Energéticas: Tonifica o rim e nutre a sua essência; fortalece a parte inferior das costas; nutre o sangue; beneficia ossos e medula; resolve umidade; fortalece a função do rim de recepção de Qi; ilumina os olhos; beneficia os ouvidos.
Associações: B23 e B60 = Esgotamento físico e mental (em casos de deficiência do Yang do rim).
B31
Localização: No ponto intermédio entre a espinha ilíaca postero-superior e a linha média dorsal do primeiro buraco sagrado posterior
Funções Energéticas: Regulariza o aquecedor Inferior; tonifica a região lombar e os joelhos, nutre o Rim.
B38
Localização: 1 tsun proximal a B39, no lado interno do tendão do músculo biceps crural.
Funções Energéticas: Relaxa tendões e ativa os vasos.
B44
Localização: A 3 tsuns lateralmente a borda inferior da da apófise espinhosa da 5ª vértebra toráxica.
Características: Ponto de transporte posterior para o coração.
Função Energética: Acalma a mente.
Indicações: Este ponto é principalmente utilizado para tratar alterações emocionais e psicológicas relacionadas ao Xin (C).
Associações: B44 e B15 = Ansiedade, Insônia e depressão.

B58
Localização: Situa-se a 7 tsuns proximais ao maléolo lateral, sobre a linha vertical que passa pelo B60 ou a 1 Tsun distal e lateral ao B57.
Características: Ponto de conexão.
Funções energéticas: Remove a obstrução do meridiano, fortalece o Rim.
Indicações: Cefaléia de tensão.
B62
Localização: Na depressão distal ao maléolo externo.
Características: Ponto de abertura e início do vaso yang do calcanhar.
Funções Energéticas: Reanima o estado de Inconsciência, acalma o Shen e fortalece o Qi do encéfalo.
Indicações: Psicoses e insanidades.
B64
Localização: Situa-se na margem lateral do pé, abaixo da tuberosidade do 5º metatarso, na linha onde muda a cor da pele, entre as regiões plantar e dorsal do pé.
Características: É o ponto fonte da bexiga, corresponde ao movimento madeira.
Funções Energéticas: Harmoniza a circulação do Qi dos canais de energia principais e secundários; acalma o shen; clareia o encéfalo; afasta as energias perversas.
Indicações: cefaléia, ansiedade, alegria excessiva, medo, palpitações.
Associações: B64 com B67 = Esgotamento mental e falta de interesse no trabalho.
B 65
Localização: Proximal à 5ª articulação metatarso-falangeana, na linha divisória entre a carne vermelha e branca
Características: Ponto “Riacho” do canal da bexiga, corresponde ao movimento madeira; Ponto de dispersão (sedação) do canal da bexiga.
Funções Energéticas: Harmoniza a circulação de energia dos canais principais e secundários; acalma o Shen, dispersa o vento e faz a limpeza do calor perverso.
Indicações: Distúrbios psíquicos e psicossomáticos, cefaléias de tensão.
B67
Localização: 0,1 tsun proximal e lateral ao bordo externo e base da linha dos dedos do pé.
Características: Ponto nascente; ponto metal: ponto de tonificação.
Funções Energéticas: Elimina o vento, remove obstruções do meridiano e revigora o sangue.


MACIOCIA (1996) coloca o Rim como estocador da essência (Jing), sendo o fundamento da vida. Segundo ele, a essência é o fundamento material para a mente. Se a essência for forte e florescente, a mente será feliz e positiva. Se a essência for débil, o organismo será sempre debilitado e exaurido, e a mente também sofrerá com a falta de força de vontade, negatividade, falta de iniciativa, depressão. Em todos os casos o B23 é um tônico poderoso para o Rim, e seu aspecto mental: estimula a mente, fortalece a força de vontade, estimula o espírito de iniciativa e alivia a depressão. Este efeito é particularmente forte se o B23 for combinado com o B52. A deficiência do Mar da medula é apresentada por tontura, memória debilitada, zumbido, debilidade das pernas, visão turva, fadiga e um desejo constante de dormir. E o B23 é um ponto que servirá para nutrir o “Mar da Medula”. Os Rins segundo ROSS (2003) são um depósito importante de Qi. Uma função vital os Rins é manter as coisas estáveis, a homeostase, a capacidade de adaptação às mudanças, mantendo as flutuações internas dentro dos limites aceitáveis. Se não houver Qi suficiente nos Rins, então as energias, que são muito expansivas e móveis, como yang do fígado ou do Shen do Xin, ficam propensas a sair do controle e causar labilidade emocional. A seguir estarão descritos os pontos de ação psíquica deste meridiano:

R1
Localização: Em flexão plantar, na depressão formada na parte anterior da planta do pé, aproximadamente a 1/3 da distância da face anterior e posterior da planta.
Características: Ponto nascente; ponto madeira; ponto de sedação.
Funções Energéticas: Tonifica o Yin, elimina o calor, domina o vento, domina a consciência; limpa o cérebro.
Indicações: Promove a ressuscitação nas epilepsias ou situações agudas quando a pessoa está inconsciente, para restaurar a consciência e limpar o cérebro, efeito calmante intenso sobre a mente, ansiedades severas ou patologia mental como hipomania, histerias, psicoses, letargias, sobressaltos.
R3
Localização: Situa-se a meia distância entre a parte mais saliente do maléolo medial e o tendão do calcâneo, no local onde se percebe o batimento da artéria tibial posterior.
Características: Ponto riacho do canal de energia principal do Shen, corresponde ao movimento medeira; ponto fonte.
Funções Energéticas: Tonifica o Rim, beneficia a essência, fortalece a parte inferior das costas e joelhos, regulariza o útero; estados de confusão e vertigem.
Associações: C7, BP6, B60 = Insônia.
Segundo MACIOCIA este ponto tonifica a essência (Jing), ossos e medula.
R4
Localização: Situa-se atrás e distal do maléolo medial, em uma reentrância formada entre a inserção do Tendão do calcâneo e o próprio osso calcâneo, ou a meio cun distal e posterior ao R3.
Caraterísticas: Ponto de conexão.
Funções Energéticas: Anima o espírito, serve para levantar o espírito quando a pessoa está exausta e deprimida por causa da deficiência do rim.
Associações: C5, IG3, R3, R6, IG2 = Depressão com desejo de ficar acamado.
R6
Localização: Na depressão inferior ao bordo inferiro do maléolo interno
Características: Ponto de abertura do vaso Yin do calcanhar
Funções Energéticas: Nutre o Yin, acalma a mente, abre o tórax.
Indicações: Acalmam a mente (deficiência do Yin do Rim), ansiedades, insônia.
Associações: C7, BP6, VG20 = Insônia. E36, R3, R4, IG2, P7 = Sonolência excessiva.
R9
Chama-se assim porque é o ponto Xi de Yin Wei Mai, que passa e se hospeda no canal de energia Principal do Shen (rins), que é o dono da casa.
Localização: Situa-se a cinco tsuns proximais ao R3 e a 1 tsun posterior à margem medial da tíbia.
Características: Ponto do canal de energia curioso Yinwei.
Funções Energéticas: Tonifica o Shen Qi, acalma o Shen.
Indicações: Epilepsia, distúrbios mentais, desmaios, esquizofrenia, convulsões, psicoses.
Associações: R9, VG4, VG20,VB 2 = Esquizofrenia maníaca.
R9 com R6 = Ansiedades com palpitações (em casos de deficiência do Yin do Rim e distúrbio do espírito).
O Meridiano do Pericárdio (Coração-Sexualidade) certamente de todos os canais, é o que está mais relacionado ao espírito. Segundo ROSS (2003), o pericárdio ajuda as funções do coração a regularizar o espírito, governar o sangue e mediar o domínio do coração, comportamentos sociais e relações. Os pontos do Coração podem ser usados para muitas indicações similares como arritmias e problemas emocionais, como ansiedade e manias. Os pontos do Pericárdio especialmente o CS6, podem tratar depressão, melancolia e a mágoas associadas com a estagnação de Qi, e podem tratar confusão mental e emocional, distúrbio e mania associados ao fogo, fleuma e vento interior. O CS6 é um ponto importante para estress emocional de um modo geral, seja pela conexão com a ansiedade do coração, medo do Rim, raiva do Fígado ou preocupação do baço.
O CS6 e o BP4 podem ser combinados com o VC14, para tratar qualquer distúrbio do centro de energia do plexo solar. Para distúrbios do espírito, como ansiedade, usa-se o CS1 e o CS9. Segundo ODOUL o mestre do coração (CS), está encarregado de unir e harmonizar tudo que se passa no interior. Ele estrutura, constrói, homologa e legisla tudo o que diz respeito à nossa conceituação interior das coisas e é ele que se mantém vigilante quanto às referências interiores, às crenças estabelecidas. É responsável pela sexualidade e seu equilíbrio; está ligado ao cérebro através da sua ação importante sobre o psiquismo e a qualidade mental. É ele que faz circular, que se encarrega da difusão das coisas, tanto no plano físico (circulação sangüínea), quanto no plano psicológico (circulação das idéias, fluidez do raciocínio, capacidade de reciclar idéias). As emoções que lhe estão associadas são: alegria, o prazer e a felicidade. Veremos a seguir, seus principais pontos de ação psíquica.
CS1
Localização: Situa-se a 1 tsun medial à linha axilar anterior, na altura do mamilo, no 4º espaço intercostal.
Característica: Ponto que recebe um canal de energia secundário do Gan (P) e do Dan (VB) faz parte do grupo de pontos de acupuntura da “Janela do Céu”.
Funções Energéticas: Harmoniza o Qi; Difunde o Wei Qi.
Indicações: Dores toráxicas, tristezas, angústias.
Associações: CS1, VC13, B4 (dispersão) = Tristeza e melancolia com sensação de desconforto no peito.
CS3
Localização: Situa-se no meio da prega anterior do cotovelo, junto à margem medial (ulnar) do tendão do músculo biceps do braço.
Características: Ponto Ho do canal de energia principal do CS corresponde ao movimento água.
Funções Energéticas: Harmoniza o coração; harmoniza o Qi do Wei dos Intestinos; harmoniza o Qi contracorrente do Aquecedor Superior; acalma as contraturas e os espasmos; refresca o calor do Xin; faz limpeza do fogo do Xin.
Indicações: Sobressaltos, palpitações, ansiedades, medos, tristeza, insônias e manias.
Associações: CS3 com CS7 = Intranqüilidade, sobressaltos.
CS4
Localização: Situa-se a 5 tsuns proximais à prega distal do punho, no meo da face anterior, entre dois tendões dos músculos: palmar longo e flexor radial do carpo
Características: Ponto Xi do Meridiano principal do CS.
Funções Energéticas: Remove obstruções do meridiano; acalma o coração; abre o tórax; regulariza o sangue; esfria o sangue; fortalece a mente. Nos casos de deficiência do coração, pode originar medo e ausência de força mental.
Indicações: Neurastenias, ansiedades, sobressaltos, temor, palpitações, histeria.
Associações: CS4, R4 = temor e falta de ânimo; CS4, C7, BP6 = Insônia e palpitações; CS4, C6, F3, CS6 = Irritabilidade.
CS5
Localização: 3 cun proximais à dobra cubital do punho, na linha de ligação entre Cs3 e Cs7, entre os tendões do palmar longo e do felxor radial do punho.
Características: Ponto Rio (4º ponto Shu), Ponto metal, Ponto de encontro dos três meridianos Yin, do braço.
Funções Energéticas: Harmoniza o Xin Qi, acalma o Shen (mente); faz aumentar o Wei Qi, dispersa a estagnação e a mucosidade; dispersa a estagnação e a mucosidade; dispersa a energia perversa alijada no Jue Yin e no Shao Yang.
Indicações: Afecções devido ao calor perverso, mal estar do coração, medo, sobressaltos, alegria excessiva (euforia), esquizofrenia.
CS6
Localização: 2 tsuns proximais à dobra distal do punho, na linha de ligação entre CS3 e CS7, entre os tendões do palmar longo e do flexor radial do punho
Características: Ponto Luo do canal de energia principal do CS, de onde partem canais de energia Luo longitudinal e Luo transversal e este se dirige para o ponto TA4; ponto abertura do canal de energia curioso YinWei.
Funções Energéticas: Harmoniza e tonifica o Xin Qi, o Xue do Coração (Xin), harmoniza o Qi do Triplo aquecedor, acalma o Shen e o Xin Qi; clareia a mente; dispersa a mucosidade.
Indicações: Insônia, palpitações, convulsão, esquizofrenia, todas as desordens mentais.
Combinações: CS6, F3, F14 (dispersando) = Frustração, depressão, sentimento de bloqueio e impedimento em casos de estagnação do QI do Fígado.
CS7
Localização: Situa-se no meio da prega distal do punho, entre os tendões dos músculos: palmar longo e flexor radial do carpo.
Características: Ponto Fonte e Riacho, Ponto Terra e Ponto sedação.
Funções Energéticas: Acalma e clareia a mente; expande o QI do Tórax, refresca o calor do Xue (sangue).
Indicações: Palpitações, dores toráxicas e nos hipocondrios, distúrbios mentais, histerias, epilepsias, convulsões.
Associações: CS7, VG20, Yin Tang, R3 = Insônia; CS7, CS8 = Riso incontrolável.
CS8
Localização: Situa-se na palma da mão, no meio da prega transversal proximal entre 2º e3º metacarpos, estando estes fletidos.
Características: Ponto Manancial, Ponto Fogo.
Funções Energéticas: Harmoniza o XinQi, acalma o Qi do Wei (E); harmoniza e clareia o Shen; refresca o calor do Xue; dispersa o vento perverso e a umidade-calor.
Indicação: Afasia histérica, distúrbios mentais, tristezas, perda de controle emocional.
Associação: CS8, VG6, IG4, CS8 = Histeria.
CS9
Localização: Situa-se na margem ungueal lateral (radial), do dedo médio da mão.
Características: Ponto Nascente, Ponto Madeira, Ponto Tonificação.
Funções Energéticas: Harmoniza o Xin Qi, harmoniza o Qi contracorrente, faz a limpeza do calor do coração (Xin).
Indicações: Cefaléias, vertigens, zumbidos.
Combinações: CS9, CS5, C3 = Hiperexcitabilidade, fala excessiva, mania, ansiedade.

O complemento do mestre do coração, o Triplo Aquecedor é considerado uma víscera. Como o Mestre do Coração retoma os elementos taoísta do Coração. O TR retoma os elementos do Intestino Delgado. Ele corresponde ao elemento Fogo e ao Verão. Age na circulação capilar e protege o corpo através do Sistema Linfático, exercendo uma ação especial sobre as serosas; dá assistência também ao Mestre do Coração, num nível mais delicado, que é dos capilares e, sobretudo da linfa. È lele que une e harmoniza, segundo ODOUL (2003), o interior com tudo aquilo que vem do exterior. Ele extrutura, constrói, homologa e legisla tudo que diz respeito à nossa conceituação, porém em relação aos fatos vindos do exterior. É ele que permite que se estabeleçam em nós, conforme este autor descreve novas referências e crenças eventuais. Veremos os principais pontos relacionados à ação psíquica.
TR2
Localização: Situa-se na face dorsal da mão, entre as cabeças do 4º e 5º ossos no metacarpo.
Características: Ponto Manancial; Ponto água.
Funções Energéticas: Elimina calor do Triplo Reaquecedor; expele vento, harmoniza as funções do Qi.
Indicações: Manias, palpitações, insônia.
TR3
Localização: Situa-se no dorso da mão, em uma depressão de partes moles, localizada entre o 4º e 5º ossos do metacarpo, distal a bases desses ossos
Características: Ponto Madeira; Ponto de Tonificação Funções Energéticas; Facilita a circulação do Qi; harmoniza o Qi da orelha; dispersa vento e vento-calor.
Indicações: Enxaquecas, cefaléias (hemicranias), depressão e variações de humor (causados pela estagnação de Qi do Fígado e associado, neste caso ao VG20). É extremamente efetivo para elevar a mente quando a pessoa está deprimida.
TA5
Localização: 2 tsuns proximais ao ponto médio da prega dorsal do pulso (acima do TA 4), entre o rádio e a ulna
Características: Ponto Luo do Meridiano Principal do TR; Ponto de confluência do meridiano extraordinário; Ponto principal para eliminação do vento-calor; Ponto de analgesia para membros superiores.
Funções energéticas: Dissipa os fatores externos patogênicos e abre a superfície do corpo, refresca o calor, elimina as toxinas, torna os meridianos e os canais da rede fluentes, alivia as dores nos membros superiores.
Indicações: Para tratar problemas dos órgãos Yin ou da Psique. O TA5 com o VB 41 podem tratar problemas localizados em todo corpo, como sensação de: dor, incômodo, insensibilidade, peso, vazio no lado da cabeça, membros ou do corpo, que ocasionalmente podem estar associados com sentimentos de alienação, irrealidade ou incerteza.
TR10
Localização: Situa-se a 1 tsun proximal ao olécrano, no meio do tendão do músculo tríceps do braço, fletir o cotovelo para localizá-lo.
Características: Ponto Ho, corresponde ao elemento Terra.
Funções Energéticas: Acalma a mente, clareia a mente; redireciona o QI. contracorrente; dissolve a estagnação da umidade-calor; dispersa o vento.
Indicações: Insônia, tristeza, melancolia
Associações: TR10, B15, VG11 = Tristeza e melancolia

Conforme cita ODOUL (2003), o Meridiano do Fígado (Gan) tem estreita relação com o sangue, portanto tem importante papel no processo imunológico. Na verdade, diz ele, o sangue que depende do coração, transporta as emoções. Se este sangue estiver “viciado” então as emoções serão de má qualidade e os sentimentos que nutrem serão, por sua vez, de má qualidade. Este meridiano gera a nossa relação com o sentimento e o afeto, assim como a vesícula biliar, porém no nível Yin, dessa vez, ou seja, no “interior”, transformando as emoções em sentimentos, em afetos através da depuração, da filtragem. Os problemas hepáticos também são, segundo o mesmo autor, um sinal de que encontramos dificuldades para “digerir” alguma coisa na nossa vida, porém há uma nuance mais sutil quando comparado ao estômago. Este mesmo autor complementa: a principal emoção associada ao fígado é a cólera. As tensões ou sofrimentos desse órgão podem querer dizer que o nosso modo-habitual e excessivo de reagir diante das solicitações da vida é a cólera. Toda vez que acertamos os nossos problemas com o mundo exterior gritando, nos zangando, mobilizamos toda a energia do fígado nessa direção, privando-o dessa forma de uma grande parte da energia necessária para seu funcionamento cada vez que isso acontece. O órgão vai então se manifestar, deixando de fazer o seu papel corretamente na fase digestiva. Cóleras que são armazenadas ou sistematicamente guardadas no interior, vão densificar a energia do fígado, promovendo o aparecimento de patologias como: cirroses, quistos e câncer.
Os males do fígado, como cita ODOUL (2003), também podem nos falar da nossa dificuldade para viver ou para aceitar os nossos sentimentos, os nossos afetos ou aqueles que os outros nos dedicam. A imagem que temos de nós mesmos ou que os outros fazem de nós depende, em grande parte, do fígado. A percepção dessa imagem participa da nossa alegria de viver, o que encontramos através do papel de filtragem e de alimentação do sangue que o fígado tem. Essas tensões também podem significar que a nossa imagem é colocada em discussão pela nossa vivência e que a nossa alegria de viver deu lugar ao azedume e à acidez interior diante desse mundo exterior que não nos reconhece como gostaríamos estamos em pleno domínio da culpa. O autor relata que o fígado participa profundamente do sistema imunológico, particularmente da imunidade elaborada, ou seja, enriquecida pelas experiências feitas pelo organismo. O sentimento de culpa nos obriga a nos justificar, a nos defender. Ele mobiliza as nossas energias de defesa psicológica e muitas cóleras são um sinal e a expressão de um medo que não encontra outro meio de defesa. Se isso for freqüente, há fragilidade da energia do fígado, depois da vesícula, e ambos sofrem.

O fígado é Yin e ele representa as sensações que dizem respeito ao ser profundo. A vesícula biliar fala mais do ser social. Sequem abaixo seus pontos e suas ações psíquicas:
F2
Localização: Situa-se no dorso do pé, no espaço localizado entre as cabeças do 1º e 2º osso do metatarso
Características: Ponto manancial; ponto fogo; ponto de sedação
Funções Energéticas: Elimina o fogo do fígado; domina o Yang do fígado, esfria o sangue, domina o vento interior.
Indicações: Cefaléias, sonhos inquietos, enxaquecas, epilepsias e convulsões infantis.
Associações: F2, IG1, VG20 (dispersando) = Ataques violentos de raiva com a sensação de estar sentado em um vulcão de emoções (no caso de Fogo do fígado e vento no fígado).
F2, R1, BP6, B15, B18, B44, B47, C8 = Facilidade em se sentir frustrado, tenso e com raiva, quando planos e entusiasmos parecem ficar bloqueados (nos casos de fogo de fígado e coração).
F2, F13, CS7, VC12, E21, E36, E44 (dispersando) e BP6 (tonificando) = gastrites com extrema preocupação, tensão nervosa, associada com estresse do trabalho (em casos de fogo do Fígado e Estômago).
F2, F8, VC3, CS5 (dispersando) = Leucorréia, irritabilidade e impaciência (em casos de umidade-calor).
F2, VB38 (Ton), B18, B48, B52 (ton) = Falta de certeza interna e direção na vida, a personalidade se projeta de forma tímida no ambiente. (em casos de fogo do fígado).
F3 – Este ponto segundo ROSS (2003), é um dos principais pontos no corpo com efeito calmante generalizado e é comum combiná-lo com o IG4 para este propósito. Tem efeito calmante e estabilizador, específicos no fígado, em parte por acalmar o yang e o vento do Fígado, e em parte por tonificar o sangue do fígado.
Localização: Situa-se no dorso do pé, no espaço entre o 1º e 2º ossos metatarsos e a 1,5 tsuns proximais ao F2.
Características: Ponto Fonte; Ponto Riacho; Ponto Terra.
Funções energéticas: Domina o Yang do fígado; expele o vento interior; promove o fluxo suave do Qi do Gan; acalma a mente, acalma espasmos.
Indicações: Vertigens, convulsão infantil, agitação psicomotora; insônia; irritabilidade; sonhos excessivos.
Associações: F3, VG20, VG26, IG4 = Mania, depressão.
F3, CS6, VC6, VC17, VC22 = Tristeza e depressão ou dificuldades e frustrações em relação à comunicação em um relacionamento (em casos de estagnação do Qi do Fígado e do Coração).
F3, F14, CS8, CS1, VC17 (dispersando), BP6 = Dor no peito, depressão (em casos de estagnação do Xue no Fígado e no Coração).
F3, F14, VC15, VC17, P1, P7 (dispersando) = Sentimento de frustração e impedimento, recolhimento da vida (em casos de estagnação do Qi do fígado e do Pulmão).
F3, VB21, VB34, BP6, Yintang = Músculos rígidos, doloridos, incerteza sobre sí mesmo, frustração, procrastinação (em casos de estagnação do Qi do Fígado e da VB).
F3, BP6, IG4, VC3, Zigong (disp) = Dor durante o período de ovulação com depressão nos períodos da ovulação e da menstruação (em casos de estagnação do QI e do sangue no aquecedor inferior).
F3, VB20, TaiYang, VC4, R3 = Dor de cabeça, náusea, confusão mental e hipersensibilidade emocional (nos casos de hiperatividade de Yang do Fígado).
F3, VB20, VB21, VB34, “Si Shen Cong” (extra) = Raiva reprimida, com tremores, espasmos e dor nos músculos (em casos de vento no fígado, espasmos e dor).
F3, F14, IG4, IG11, BP6, BP9, VB34 (dispersando) = Sensação de peso, inquietação e calor; náusea, dor de cabeça, amargura, rancor (em casos de umidade-calor em F e VB).
F3, F8, BP6, E36, B47, Yi ming (tonificando) = Insônia, com sensação de estar fora do corpo antes de adormecer (em casos de deficiência de sangue no Fígado).
F3, G4, VG20 (dispersando) = Frustração, depressão, irritabilidade, impaciência,
Intolerância, ressentimento, raiva reprimida, tensão nervosa generalizada.
F5
Localização: Situa-se na face medial da perna, a 5 tsuns proximais do ponto mais saliente do maléolo medial, na margem medial da tíbia
Características: Ponto Luo.
Funções Energéticas: Harmoniza e tonifica o F e o Xue; Fortalece o YinQi: remove obstruções do canal; resolve a umidade–calor. A principal função do F5 é de limpar a umidade calor do aquecedor inferior, especialmente para problemas genitais. Tem a função secundária de mover a estagnação do Qi do aquecedor inferior. Este ponto promove a firmeza de Jing, de modo que pode ser usado para muitas disfunções sexuais relacionadas com o Fígado e com o Rim (impotência, ejaculação precoce, frigidez e esterilidade)
Funções: Este ponto é bom para estagnação do Qi do Fígado, que causa sensação de “nó na garganta”. Esta sensação está relacionada à tensão emocional e se chama sensação de “caroço de ameixa” na Medicina Tradicional Chinesa.


Conforme afirma ODOUL (2003), a Vesícula Biliar participa da digestão física (de alimentos) e da digestão psíquica dos acontecimentos. Os males da Vesícula Biliar, falam da nossa dificuldade para produzir os nossos sentimentos e para torná-los transparentes. São muitas as interrogações que as tensões da vesícula biliar se referem, assim como as cóleras violentas que acompanham os momentos difíceis, sobretudo quando existe na pessoa um sentimento de injustiça sobre sí mesma. Os males da Vesícula Biliar pode na realidade significar, que a nossa noção do que é justo e verdadeiro não é muito clara, nem peca pelo excesso, e que temos uma tendência a constranger, usar, até mesmo manipular os outros (naturalmente dando-nos sempre boas desculpas). A seguir veremos os pontos da VB e suas ações psíquicas:
VB4
Localização: Na face lateral do crâneo, a 1,0 tsun de E8, na linha dos cabelos, junto à sutura coronal, ou na união entre ¼ superior e os ¾ inferiores à distância entre E8 e VB7.
Funções Energéticas: Clareia a mente, dispersa a mucosidade, elimina o calor e vento perverso.
Indicações: Convulsão Infantil, epilepsia.
VB 9
Localização: Situa-se a 0,5 tsun posterior do ponto VC8, acima e posterior ao pavilhão da orelha, a 2 Tsun para cima da linha de inserção dos cabelos.
Funções Energéticas: dispersa a umidade-calor, o vento e o calor; acalma ataques epilépticos.
Indicações: Palpitações, depressão, tonturas e vertigens.
VB19
Localização: Situa-se na região occipital, a 1,5 tsun acima do ponto VB20 e a 3,5 tsun laterais a linha mediana do crâneo, acima da protuberância acciptal externo.
Funções Energéticas: Acalma o Shen; dispersa a umidade-calor, elimina o vento e o calor.
Indicações: Doenças mentais, palpitações, esquizofrenia, convulsões.
Associações: VB19, B64, VG12 = Mania dos esquizofrênicos de andar sem parar; VB19, B65 = esquizofrenia depressiva
VB34
Localização: Situa-se no terço superior da face lateral da perna, em uma reentrância muscular, localizada distalmente e à frente da cabeça da fíbula
Características: Ponto de reunião, Ponto Ho, corresponde ao movimento Terra.
Funções Energéticas: Promove a circulação do GanQi e do Dan (VB); ativa a circulação do sangue.
Indicações: Indecisão, insônia, sonhos excessivos.
Associações: VB34, R2 = Palpitações, temor e manias.
VB38
Localização: Situa-se na margem anterior da fíbula, a quatro tsun proximais ao ponto mais saliente do maléolo lateral.
Características: Ponto King, corresponde ao movimento Fogo; ponto de dispersão do canal de energia principal de VB; ponto de sedação.
Funções Energéticas: Harmoniza o Dan Qi; dispersa o vento e a umidade-calor.
Indicações: Enxaqueca crônica (por aumento do yang e do fogo do fígado). Pode ser usado com método de moxa e tonificação para aumentar o fogo na VB, e assim ajudar os pacientes a serem mais fortemente individualizados e para que consigam ampliar os limites de suas personalidades e da criatividade com mais confiança e afirmação. Para isso pode ser combinado com F2 e B48.
VB40
Localização: Situa-se na face lateral do tornozelo, anterior e distalmente ao maléolo lateral, em uma reentrância interóssea posterior ao tendão do músculo extensor dos dedos.
Características: Ponto Fonte.
Funções Energéticas: promove o fluxo suave do Qi do Gan.
Indicações: Segundo MACIOCIA (1996), este ponto pode ser utilizado para fortalecer o aspecto mental da Vesícula Biliar (VB), ou seja, o fortalecimento do caráter que permite tomar decisões difíceis.
Segundo ROSS (2003), o principal uso do VB40 é tonificar e mover o Qi no canal da VB, quando houver problemas ao longo do canal, decorrente de deficiência ou estagnação de Qi, e tonificar o Qi da VB para tratar indecisão e a timidez. Em ambos os casos, o VB40 pode ser combinado com o VB34.
Associações: VB40, R7, B48, B52 = Trata incertezas sobre sí mesmo e a timidez decorrente da deficiência de VB./ VB40, VB38 = Para tratar a falta de confiança e a falta de afirmação decorrentes da deficiência do Fogo e da VB.


VB44
Localização: Localiza-se no ângulo ungueal lateral do 4º dedo do pé.
Característica: Ponto Nascente; Ponto Metal.
Funções Energéticas: Domina o Yang do fígado, acalma a mente.
Indicações: Acalma a mente, no caso de insônia e agitação do fogo do Fígado. Serve para tratar sono perturbado por excesso de sonhos.

A ação dos Vasos Maravilhosos no tratamento de distúrbios psíquicos será detalhada conforme as experiências clínicas de ROSS (2006). Este assunto por sí só, já é fascinante e extenso, por isso, tentarei fazer um resumo do que este autor acha e que poderá ser interessante para esta monografia. Este autor classifica os Canais Extraordinários de acordo com: Deficiência, Excesso, Estagnação e Irregularidade. Ele entende que este é um sistema complementar ao sistema dos canais principais e que está intimamente relacionado aos Rins e com sua capacidade de armazenar e distribuir o Qi e o Jing. Na verdade, segundo ele, os canais seriam um sistema intermediário entre os Rins e os canais principais, e representariam as possíveis reservas finais de energia, por isso deveriam ser usados com cautela. Ele cita que o Jing (essência) do Rim, o Sistema de Canais Extraordinários, Vaso Concepção e Vaso Penetrador em particular, regulam o ciclo de 7 e 8 anos na vida das mulheres e dos homens respectivamente. Não apenas as transformações fisiológicas e reprodutoras da puberdade, gravidez, maternidade, menopausa e velhice, mas também as reações psicológicas dessas transformações. Os pares de Canais Extraordinários são:
· Vaso Governador + Yang Qiao Mai = ID3 e B62
· Vaso Concepção + Yin Qiao Mai = P7 e R6
· Dai Mai + Yang Wei Mai = VB41 e TA5
· Vaso Penetrador + Yin Wei Mai = BP4 e CS6

Conforme ROSS (2006) afirma, cada par possui uma função fisiológica e psicológica (um tipo particular constitucional e de personalidade):

O canal do VC (Vaso Concepção) + Yin Qiao Mai (P7 + R6), está relacionado com o Rim e o Pulmão e quando tem alterações é por estagnação do Qi e umidade. As emoções relacionadas a esse par é o Medo e o Pesar. Este canal está ligado aos ciclos das alterações nas vidas dos homens e das mulheres, principalmente nas alterações que acompanham a puberdade, a maternidade e a menopausa nas mulheres. Além dos sinais físicos, pode não haver suficiente energia para a mulher fazer a transformação psicológica nos períodos essenciais, então ela pode ser incapaz de se adaptar ao novo papel que a vida lhe reserva e passar por períodos de grande depressão e perda de auto-estima.
O canal do Vaso Penetrador (VP) + o Yin Wei Mai (BP4 + CS6), está relacionado com a estagnação do sangue, estagnação de Qi e com as emoções: Medo, preocupação, ansiedade e tristeza. Os órgãos relacionados, deste par são: Rim, Baço Pâncreas e Coração.
Os pares de canais: Dai Mai e Yang Wei Mai (VB41 + TA5) estão ligados aos órgãos Fígado e Vesícula Biliar e podem regular aspectos fisiológicos e emocionais do ciclo menstrual. A Estagnação nesse par pode estar mais associada à frustração, depressão e raiva reprimida. Quando existir o fator adicional de umidade calor, as emoções de amargura, ódios e ressentimentos remanescentes podem exacerbar.
No caso do Vaso Governador + o Yin Qiao Mai (ID3 + B62), os principais órgãos associados são Rins, Coração e Fígado. O princípio de tratamento é remover a estagnação, com isso diminuímos o medo de perder o controle das coisas. Quando o medo diminuir, a pessoa não se agarra mais a situações de forma tão inflexível, liberando as energias que estavam bloqueadas e estagnadas, permitindo o relaxamento de músculos e tendões.
ROSS (2006) classifica cada par com um padrão emocional, e faz umas combinações de pontos, que ele se apoiou em suas experiências clínicas, na qual é descrito abaixo:
· ID3 + B62 = Em padrões de Irregularidade incluem ataques de pânico, manias, desorientação e depressão. Os problemas psicológicos são baseados no medo. Os do tipo In: não conseguem controlar a vida pelo medo do fracasso. Os do tipo Yang: Tentam controlar a vida por medo de perder o controle, o que resulta em rigidez e contraturas.
· P7 + R6 = É capaz de tratar mágoa suprimida e problemas de desvincular do fato ou das pessoas: divórcio, partida de filhos, perdas, rejeição da feminilidade ou medo da perda da feminilidade, associados a alterações da vida da mulher. Pode tratar ataques de pânico, fobias, depressão e recolhimento, baseados no medo do Rim e pesar do Pulmão.
· VB41 + TA5 = O tipo constitucional tende a ser: impaciente, irritável, animado, tenso, estressado. O tipo Yin é mais dócil, indeciso, inseguro, sensível e mais vulnerável. O tipo Yang é mais cheio de energia, agressivo, raivoso, dominador, intolerante, inflexível, rancoroso e vingativo.
· BP4+CS6 = Os padrões de irregularidade aparecem com sintomas como: medo (C), preocupação (BP), ou ansiedade, com palpitações e insônia. O tipo Yin é deprimido e isolado, num mundo interno de preocupações e tensões nervosas; é incapaz de sentir paz e prazer na vida e nas relações. O tipo Yang: é bloqueado para expressar os próprios sentimentos de afeto ou para se comunicar numa relação. O medo da perda de controle ou medo de se entregar numa relação, ou no ato sexual, pode causar estagnação do Qi do sangue.
ROSS (2006) descreve e propõe uma infinita combinação de pontos, que atuaria nas emoções. Ficaria difícil descrever todas as combinações, porém tentarei citar algumas mais importantes:
Pontos “Poço” que servem para tonificar o Yang e o fogo: C9 e F3. O primeiro atua na depressão, falta de energia e interesse pela vida; O segundo atua nos casos de falta de auto-afirmação.
Os pontos dos Elementos, segundo ROSS (2006), podem ser utilizados de acordo com as qualidades dos seus respectivos elementos, mas isso é de fundamental importância para os pontos FOGO, TERRA e ÁGUA e menos para os pontos METAL e MADEIRA. Ele cita, por exemplo, que o ponto P5, que é ponto água tem a função de propiciar maior sentimento de paz e flexibilidade nos relacionamentos, para criar laços mais duradouros e resistentes. (Ora, quem não precisa desse ponto?). Ele fala, por exemplo, que o R2 regula o grau de ambição pessoal e a necessidade sexual; regula o equilíbrio entre atividade e descanso, regula a força e a intensidde da vontade determinada num objeto. Ele cita também que o BP2 regula: o grau de interesse por alimentos, corpo físico e posses materiais; o grau de solicitude, cuidado e consideração consigo e com os outros; usado principalmente com método de tonificação e moxa.
Este autor também faz combinação dos pontos do Vaso-concepção com o canal do Rim, do Estômago e do Baço Pâncreas, combinando-os assim:
· VC4+R2 em síndromes de deficiência do Yang do Rim, e diz que atua em casos de falta de ambição.
· VC4 + R13 em síndromes de deficiência do Qi do Rim, servem para casos de desinteresse sexual e cansaço.
· VC6 + R8, em síndromes de estagnação do Qi do TR inferior, servem para depressão e cansaço.
· VC14 + R1, em síndromes de excesso de fogo dos Rins e do Coração, teriam atuação para ansiedades extremas.
· VC14 + R3, em síndromes de deficiência de Qi dos Rins e do Coração, atuam em casos de Labilidade emocional.
· VC4 + E40 em síndromes de deficiência de Qi do Coração e fleuma no Coração, serve para depressão e confusão. Para casos de cansaço e depressão, ele combina o VC6 + E36 e combina o VC12 + E36.
· VC24 + E36 ele usa nas síndromes de deficiência de sangue e de Yin do coração, para casos como depressão e ansiedade.
Para Ataques de Pânico ele combina: VC24 + BP6, para síndromes de deficiência do Yin do coração e fogo no coração.
· VC17 + BP3 em síndromes de deficiência do sangue, do coração e do Baço, atuam também em casos de labilidade emocional.
· O VC24 com o F3 nas síndromes de distúrbio do espírito servem para casos de ansiedade severa. YAMAMURA (2004) descreve a relação entre os Canais Distintos e as emoções: segundo ele, os canais de energia distintos, teriam origem no Xin (coração) e estariam relacionados com o Shen (mente), que é armazenado neste órgão. Ele julga que é a energia mental que circula nos canais de energia distintos e depois nos canais de energia principais. Reunira-se com o alto (ombro, pescoço e face), e com o baixo (quadril e joelho), além de conectar-se com os órgãos e vísceras, levando-lhes a energia celeste.
10- Auriculoterapia

§ Shen Men, Occiptal e Subcórtex: Através desses 3 pontos, segundo GARCIA (2003), regula-se a função do córtex cerebral, seda-se e acalma-se o espírito, facilitando-se o sono.
§ Coração: Segundo GARCIA (2003), o coração controla a atividade espiritual do ser humano, quando se produz uma deficiência de yang do coração. Caso haja deficiência de Yin do coração, superexcita-se o sistema simpático; selecionando-se este ponto há um efeito tranqüilizante, usado também nas afecções cardiovasculares, taquicardia, falta de memória e concentração, hipertensão, ansiedade, desequilíbrios emocionais.
§ Rins: A M.T.C., segundo GARCIA (2003), considera que o rim gera tanto a medula óssea, como a espinha, e que o cérebro é o mar da medula, assim, quando o Qi e a essência de rim são abundantes, a capacidade mental é ativa. Selecionando-se este ponto tonifica-se a mente o coração e o espírito, garante-se a correta comunicação entre o rim e o coração, portanto o satisfatório equilíbrio entre o Yin e o Yang superior e inferior.
§ Simpático: Os pontos do pavilhão auricular, segundo GARCIA (2003), e do resto do corpo, guardam estreita relação, que se estabelece, em parte, por interconexões de fibras simpáticas; as paredes dos vasos que irrigam o pavilhão auricular e os espaços entre estes, estão ricamente inervados por fibras simpáticas, favorecendo o fato de que ao estimular um ponto auricular se provoque uma reação reflexa em nível de certo segmento, ficando marcada a relação dos pontos auriculares com a pele os tecidos e os órgãos internos, por uma cadeia de reflexos que se estabelece em nível do sistema simpático. Quando se puntura um ponto auricular, este produz uma influência na atividade do SNC e, ao memso tempo, uma regulação no sistema neurovegetativo, que garantem o equilíbrio e a nutrição do organsimo. GARCIA (2003) recomenda a combinação desse ponto com os do Tálamo e Subcórtex, nos transtornos neurovegetativos.
§ Occiptal: Se for usado como sedante, este ponto segundo GARCIA (2003), acalma o pânico e convulsões.
§ Tronco Cerebral Segundo GARCIA (2003), este ponto tem ação sedante, estimula a mente e acalma o espírito, Ponto para aclamar o Pânico, convulsão e também tosse.

11- Outros recursos da medicina tradicional chinesa

a) Fitoterapia
: A utilização de medicamentos fitoterápicos e fitocompostos vem da necessidade de que muitas vezes isolando-se as substâncias perdemos os efeitos terapêuticos. A reprodução da substância normalmente não reproduz a essência da planta, animal ou mineral. Essência esta que chamamos de energia (Chi ou Qi) que é vital para sua existência e desenvolvimento. Esta energia não pode ser reproduzida em laboratório, normalmente é o diferencial da cura do individuo doente. A fitoterapia e os fitocompostos da medicina chinesa seguem regras próprias e princípios fundamentais da bipolaridade energética (yin e yang). Segundo uma avaliação energética consegue tratar as deficiências do organismo complementando assim o trabalho das agulhas que por sua vez tratam os excessos e os bloqueios. São formulas totalmente equilibradas, não se correndo o risco de se tomarem em sobredosagens nem de interferirem com qualquer tipo de medicamento convencional. A grande vantagem da fitoterapia chinesa é a sua tradição milenar, o que nos garante os seus excelentes efeitos. A farmacopéia tradicional chinesa conta com um verdadeiro arsenal terapêutico para o tratamento bem-sucedido de distúrbios físicos ou psíquicos relacionados com o medo, fobias ou o pânico.
b) Moxabustão: É a técnica de aquecimento dos pontos de acupuntura. O aquecimento dos pontos fornece calor e energia para os pontos, por isso a moxabustão é indicada para as doenças provocadas pelo frio e umidade e para situações com deficiência de energia (convalescentes, doenças crônicas, paciente de fraca constituição e idosos). O calor produz vasodilatação, efeito analgésico, antiinflamatório e relaxamento. Os terapeutas orientais aplicam as moxas diretamente nos pontos de acupuntura, permitindo uma atuação mais precisa e eficiente. Há ainda a possibilidade de aplicar a moxa á agulha e segundo este método a eficiência é ainda maior, pois o calor é levado diretamente à profundidade dos pontos e tecidos. A moxabustão é realizada através da queima de uma erva medicinal chamada Artemísia. Esta é a planta mais freqüentemente utilizada neste método de cura devido aos aspectos de infravermelhos que emite, tornando-a por isso eficaz e obtendo assim um efeito energético extra.
c) Ventosa: A ventosa possui vários modelos e tamanhos para aplicação. A ventosaterapia atua na desintoxicação do organismo, tornando o sangue mais limpo e saudável. Sua eficácia está diretamente relacionada à dilatação rítmica microvascular do fluxo sanguíneo em paralelo com a vasomotrição. A aplicação de ventosas não cuida somente dos músculos enrijecidos e tensos, mas acalma diretamente os nervos excitados. Isto permite ao corpo restabelecer um equilíbrio físico e mental, além de reforçar a energia para vencer o estresse e suas enfermidades.
d) Massagem Chinesa: A massagem chinesa (Tui Na), pode enquadrar-se perfeitamente nos programas de redução de stress e revitalização corporal, tratando a ansiedade e promovendo boa disposição através de um relaxamento psicofísico, regulando o apetite, aumentando a vitalidade e a imunidade o seu grande potencial está em tornar o paciente consciente do seu próprio corpo. E este corpo não é apenas o corpo físico armazenando igualmente emoções e sentimentos, refletindo também nosso estado emocional, criando assim condições ao organismo para eliminar a enfermidade através de seus próprios meios, sendo dada ênfase a saúde e não a doença. A prática semanal da massagem chinesa contribui muito para a melhora dos quadros de ansiedade, stress e na prevenção as doenças. E além destes benefícios também melhora quadros de hipertensão, má circulação sanguínea, baixa imunidade, irritabilidade, articulações dolorosas, dores musculares, promove relaxamento físico, promove equilíbrio energético desbloqueando e direcionando a energia vital.
e) Dietoterapia chinesa: A mudança nos hábitos alimentares irá eventualmente provocar uma reorganização interna da função dos órgãos e do mecanismo metabólico e energético. Sendo assim, poderão surgir várias alterações tais como: irritabilidade, dores de cabeça devido a sobrecarga do fígado na sua função desintoxicação e eliminação, pois na MTC, os órgãos precisam estar equilibrados energeticamente para desempenhar melhor suas funções durante e após o tratamento. Para a absorção dos nutrientes fundamentais e na prevenção da obstipação, a massagem chinesa pode contribuir com um bom funcionamento de todo o aparelho digestivo. Os chineses têm uma crença tradicional no valor medicinal dos alimentos e que os alimentos e os remédios possuem a mesma origem.
Quando alguém está doente e o tratamento não dá certo, os médicos modernos costumam mudar os remédios, os antigos mudavam rapidamente de comida. As pessoas em geral dão pouca atenção ao que comem, ingerindo “fast-food”, além de viverem o estresse do mundo competitivo. A vida moderna gera bloqueios e energéticos (fontes de doenças) resultantes de estados emocionais negativos, como inveja, ciúme, ambição e medo. Fique atento ao que pode afetar sua energia. A alimentação pode ser uma das formas de nos tornarmos conscientes desses fatores e de como abrandar os seus efeitos. Se somos “pavio curto” devemos dar especial atenção ao nosso fígado, evitando alimentos gordurosos e bebidas alcoólicas, por exemplo. Se tivermos tendência à depressão devemos evitar o consumo exagerado de doces. Se o medo para nós é muito intenso devemos proteger o rim ingerindo água regularmente. Se formos muito preocupados, devemos dar um voto de confiança à vida e às pessoas e devemos comer menos doces. Alimentos picantes como pimenta, noz-moscada, gengibre, cebola e cebolinha são alimentos predominantemente yang e devem ser consumidos com moderação por pessoas muito agitadas, que já tem excesso desse tipo de energia.
O Elemento Fogo: Representa a força transformadora que gera ansiedade e aquece o organismo; fortalece também a energia do coração. Portanto, esses alimentos são indicados para problemas do sistema circulatório, taquicardia, ondas de calor, bem como edemas, inchaço, aperto no tórax e até mesmo a insônia. Em relação ao estado emocional e mental, são indicados para nervosismo, irritabilidade e perda de memória. Alimentos recomendados: Vegetais: beterraba, couve e aspargo; aveia, trigo, noz-moscada; chicória, acelga; Carnes: vermelha grelhada sem gordura.
Segundo A MTC, a gordura só faz mal se a energia do coração estiver alterada. Caso contrário essa gordura fará bem, pois dependemos dela para síntese hormonal e como fonte de energia. Ou seja, se você estiver agitado e ansioso, com certeza essa gordura irá congestionar suas artérias e veias, caso contrário, ela será metabolizada e fará bem ao organismo.
O Elemento Água: Representa a energia do frio, está ligado às doenças de friagem, problemas no ouvido, como a dificuldade em escutar, dor na coluna vertebral, enfermidades das vias urinárias, infecção da bexiga e cálculos renais. Está ligado ao estado emocional de angústia, temores e pânico. Alimentos recomendados: Vegetais: berinjela, cenoura, cevada e sojaPeixes: linguado, cavala, enguia e lula; Frutas: ameixa e abacate.
f) Exercícios Físicos: dentro da M.T.C. existem diversas práticas milenares, onde se praticam exercícios corporais. Dentre elas temos principalmente o CHI KUN (QI GONG) e o TAI CHI CHUAN.
O Qi Gong é um conjunto de artes corporais Chinesas criadas para trabalhar o nosso interior, através de movimentos, posturas meditativas e respirações. O governo chinês reconhece 6.000 técnicas diferentes de Qi Gong. Embora todas as técnicas de Qi Gong sejam terapêuticas podemos classificá-las em: Terapêuticas, Marciais e Religiosas. Segundo os chineses, o corpo humano recebe Qi através de duas fontes: o alimento e o ar. O Qi Gong é o responsável por aumentar e/ou melhorar a captação do Qi. Além disso, regula os órgãos e os canais (de acupuntura), é usado na prevenção e no auxílio dos tratamentos, promove relaxamento, alivia o estresse, auxilia no auto-conhecimento, atua no emocional, entre outras diversas funções. O Qi Gong tem uma importância muito grande dentro da Medicina Tradicional Chinesa, constituindo um de seus cinco pilares: Acupuntura, Fitoterapia, Tui Na, Dietoterapia e QiGong. Há várias maneiras de se praticar o Qi Gong, em grupo, sozinho ou pode ser ensinado ao paciente. Como ele respeita a individualidade de cada um, pode ser praticado pela maioria das pessoas, tendo poucas restrições.
Segundo a S.B.T.C.C. (Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan), Tai chi significa "o supremo". Isto significa melhorar e progredir em direção ao ilimitado; significa a existência imensa e o grande eterno. Todas as várias direções em que a influencia do Tai Chi, foram sentidas, foram guiadas pela teoria dos opostos: o Yin e o Yang, o negativo e o positivo. Algumas vezes são chamados de princípio original. Também acreditava-se que as várias influências do Tai Chi apontavam em uma direção só: em direção ao supremo. De acordo a teoria do Tai Chi, as habilidades do corpo humano são capazes de ser desenvolvidas além de seu potencial normalmente concebido. A civilização pode evoluir aos mais altos níveis de aquisição. A criatividade não tem fronteiras de qualquer tipo e a mente humana não deve ter restrições ou barreiras para desenvolver suas capacidades.
Segundo KIYAN, nos seu artigo: “Tai Chi Chuan na Psicologia”, publicado no site da SBTCC, o Tai Chi Chuan com os seus movimentos lentos e circulares, aliados a uma respiração elaborada e profunda, corrobora significativamente para o balanceamento da energia, atuando diretamente no sistema nervoso humano, através das fibras nervosas autônomas, no sistema nervoso autônomo, que governam estruturas como o músculo cardíaco e as glândulas envolvidas nas respostas autônomas como o choro, a sudação, o batimento cardíaco, ou a dor de estômago, comumente relacionados a comportamentos emocionais, e opera beneficamente, acionando neurônios a favor de funções conservativas e armazenativas do ritmo cardíaco, digestão, constrição das pupilas, do sistema glandular etc. Toda prática meditativa, segundo ela, tem esse propósito de integrar o que está se passando interiormente (estado psíquico) para com o corpo. Esta autora comenta neste artigo:
“Sendo o Tai Chi um complexo de exercícios que levam à meditação, é preciso limpar; nos pensamentos que surgem; não se deve julgar, criticar, e ter sim, uma atitude observadora daquilo que ocorre consigo - aí você pode trazer algo do seu Inconsciente (quando se está preocupado, não se está presente).”
KIYAN cita ainda, que os alquimistas para chegarem a um objetivo, repetiam a mesma operação várias vezes, pela idéia de que a matéria tem que circular e combinar em cada operação. Através dessa circulação é que se obteria a Pedra Filosofal – uma pedra que não se derrete, ou não se mistura a outra, é descobrir de onde a gente surgiu, a sensação de algo que nasce, solto e que vai desenvolver o Ego; é a “Criança Divina”, a integração da personalidade, o casamento da alma e do espírito, do consciente e inconsciente, enfim, a matéria bruta original que vai se depurando até ela revelar sua essência, o seu espírito. Assim, o fundamento Tai Chi é o que os alquimistas trabalham com a circulação da Energia do Céu e da Terra, através do indivíduo; o resultado é a circulação infinita de Energia. Quando se fala em movimento, se fala em movimento circular, que em si não é perfeito, não precisa ter direção, e não tem prazo fixo, e, segundo o princípio circular, e o de Yin e Yang, o caminho para o desenvolvimento não é uma linha reta e sim circular, e este é um dos princípios essenciais da arte TaiChi. KIYAN afirma que, movimentos circulares e melodias tocantes ajudam a refinar o estado “Água”, entendendo-se aqui este estado como as nossas emoções, e que as reprimimos ou exaltamos, devido às preocupações e à vida atribulada. As emoções vão trabalhando o que há dentro de mim, abrindo portas, sejam emoções boas ou ruins. É muito importante, segundo KIYAN, o trabalho corporal para progredir, pelo fato de desenvolver um processo psico-físico balanceado, e isso é responsabilidade de cada um, da própria pessoa. E complementa:
“O corpo é a nossa primeira base de consciência instintiva, de fome, defesa, através dos quais a consciência emerge. Para isso, o trabalho corporal é mais direto que o verbal; não se esquece, marca; o resultado vai aparecendo; e sendo o Tai Chi uma meditação no movimento, o ato de meditar conduz à Totalidade, ao encontro da consciência de si mesmo.”
O Tai Chi segundo esta autora, promove pelos seus movimentos lentos e suaves, o efeito de gerar o estado de calma e clareza mental, proporcionando a discriminação anteriormente tratada , levando a pessoa a tomar consciência do que lhe está ocorrendo ou de como está agindo. O Tai Chi Chuan praticado com a música, gera as sensações, com os símbolos de cada pessoa, e aí deve-se valorizá-los. A música traz símbolos, quando um exercício está difícil de fazer, deixe a música entrar, penetrar; o Símbolo é um transformador de Energia. E comenta:
“Refletir quais símbolos que significam mais para você, quais as ações que tenho que ter, relação com as pessoas, com o dinheiro, com o material, e depois perceber que esta dinâmica vai mudando com o tempo. Identificar quais símbolos mudaram. Ex.: quando se está em crise, tudo está chato, ruim; é porque meus símbolos não têm mais sentido. Então para encontrar novos símbolos, é importante saber o que a alma pede, é preciso escutar o Inconsciente”.

KIYAN afirma que por sermos ocidentais, pensamos e levamos tudo para cima, para a razão, e a parte de baixo fica esquecida. Então, é importante dizer sobre o aspecto “grounding” (enraizamento): Trabalhar da cintura para baixo, o que é muito enfatizado no Tai Chi, dá a sensação de firmeza, de saber onde se está pisando; trabalhar a flexibilidade do joelho para estabelecer a flexibilidade dos pés com o chão. À medida que movemos a região do quadril, vamos ter mais disposição e energia. Todo o nosso movimento, ação, depende de alinhar esse chacra (região), e aí a energia flui, a cabeça melhora e compreende-se o medo. Toda vez que se trabalha na pessoa com a energia da pélvis para baixo, está se trabalhando com o lastro, e no Tai Chi Chuan, com a Viga Mestra, para obtenção do Equilíbrio do Centro, assim como também é referendada a força do “centro vital”.
Segundo KIYAN a “Forma Tai Chi” te conduz de um lado a outro, te põe de cara com cada novo ângulo, e cujo movimento é ascendente e no seu pico se torna descendente, transfere o peso de uma perna a outra, inspira e expira, contrai e relaxa, braço sobe e braço desce, e assim, contínua e espontaneamente, em movimento análogo à vida. Esta forma de pensar e agir transforma nossas crenças arraigadas.

12- Conclusão:
Saúde e doença são aspectos de um mesmo movimento. Através dodesequilíbrio atingimos novo equilíbrio, uma nova freqüência, um novopatamar energético. No período de transição para esse novo padrão, vivencia-se a doença. Ela não é considerada como algo estranho, mas, sim, a conseqüência de um conjunto de fatores que culminam em desarmonia e desequilíbrio. É através da doença que alcançamos saúde. Verifica-se, com certa freqüência, em pacientes com doenças graves ou terminais, relatos acerca de estarem vivendo melhor ou mais saudavelmente, a partir do momento em que se conscientizaram de sua doença. Para vivermos em harmonia, precisamos ter flexibilidade e disposição para um grande número de opções de interação para com o meio ambiente. Sem flexibilidade não há equilíbrio. Períodos de saúde precária são estágios naturais na interação contínua entre o indivíduo e o meio onde ele está inserido.
Estar em desequilíbrio significa passar por fases temporárias de doença, nas quais se pode aprender a crescer. A doença é uma oportunidade para a introspecção, de modo que o problema original e as razões para a escolha de certa via de fuga possam ser levados a um nível consciente onde o problema possser resolvido.
Concordo com GIL (2008), quando ele afirma que embora a preocupação por uma saúde integral e harmônica, seja, o completo bem-estar - físico psíquico e social, conforme define a Organização Mundial da Sáude (e não simplesmente a ausência de sintomas), seja tão antiga quanto o homem, o terceiro milênio parece ter-se iniciado com a esperança e com o desejo de se viver mais, porém de forma digna, independente e sem as contínuas mazelas que acometem o ser humano ao longo de seu desenvolvimento. Nesse sentido, os conhecimentos oriundos da Psicologia, dentro das mais diversas ramificações teóricas que compõem tal ciência, muito têm contribuído ao demonstrar a íntima relação existente entre mente e corpo e, na seqüência, a relação entre algumas perturbações orgânicas e os aspectos de natureza emocional, subjetiva, do indivíduo, nas assim denominadas doenças psicossomáticas, isto é, doenças que, embora apresentem sintomas físicos, têm causa nos comprometimentos mentais.
A função básica do terapeuta está em espelhar a verdade para opaciente, ajudá-lo a desenvolver uma consciência do processo de vida edos mecanismos (obstáculos e ilusões) que se criam para gerar a doença; e, também, poder ajudá-lo a entrar em sintonia com seus próprios recursos de cura, possibilitando o resgate da auto-estima, da aceitação e do perdão.
Como diz a música de Milton Nascimento e Fernando Brandt, “o queimporta é ouvir a voz que vem do coração”, curar-se é abrir o canal de comunicação, é fazer-se entrar em contato com a própria essência, é despertar para a capacidade de ser, estar, criar e descriar, sonhar e realizar. Essa auto-descoberta é o caminho da auto-cura, que nada mais é do que resgatar o amor próprio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Um comentário:

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